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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Segurança Pública

Governadores de oposição se reúnem em Brasília, e pedem adiamento do Projeto Antifaçção

Oposição a Lula se articula para adiar votação do Projeto Antifacção e fortalecer protagonismo das polícias estaduais

Paula Costapor Paula Costa em 12 de novembro de 2025
Segurança Pública
Governadores de oposição se unem em Brasília para pressionar Câmara por mais tempo na votação do projeto Antifacção. (Crédito: George Gianni)

Em meio à escalada da violência e ao acirramento da disputa política sobre segurança pública, governadores de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram nesta quarta-feira (12), em Brasília, para articular uma frente comum em torno do projeto de Lei Antifacção. O encontro, realizado na sede da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, contou com a presença de Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Cláudio Castro (PL-RJ), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Jorginho Mello (PL-SC) e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF).

Durante a tarde, o grupo se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para defender o adiamento da votação do projeto — uma proposta do Ministério da Justiça que endurece o combate às facções criminosas e está sob relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Os governadores pediram um prazo de pelo menos 30 dias antes da apreciação do texto, alegando falta de consenso entre os estados e a necessidade de um debate mais amplo.

Cláudio Castro (PL) afirmou que o encontro não tratou do mérito do projeto, mas das dificuldades enfrentadas pelos estados na condução das políticas de segurança pública. Segundo ele, Hugo Motta demonstrou disposição para negociar a prorrogação do prazo e se comprometeu a conversar com Derrite e outros líderes partidários sobre o tema.

Romeu Zema (Novo) defendeu que o projeto avance ainda mais no fortalecimento da autonomia dos estados, sugerindo inclusive a criação de um novo texto em uma segunda etapa legislativa. Já Jorginho Mello (PL) argumentou que a proposta deve ser aprovada ainda este ano, antes do recesso parlamentar, mas reconheceu que o diálogo é essencial para que o texto não seja votado de forma precipitada.

A articulação marca mais um passo na consolidação de uma frente política de governadores de oposição em torno da pauta da segurança — tema que vem intensificando o embate entre o Planalto e os estados. O movimento também reforça o papel do recém-criado Consórcio da Paz, bloco formado por governadores de direita para coordenar ações conjuntas contra o crime organizado e defender maior autonomia federativa na área de segurança pública.

A proposta relatada por Derrite, que restringe parte das competências da Polícia Federal e amplia o protagonismo das polícias estaduais, tem sido vista como um símbolo dessa disputa entre o governo Lula e os governadores. O grupo oposicionista quer transformar o debate sobre segurança em uma bandeira política comum, capaz de unificar lideranças regionais e ampliar o confronto com o Planalto no Congresso.

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