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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Combate às facções

Projeção nacional de Caiado ganha impulso com debate da segurança pública

Governador ganha visibilidade na corrida ao Palácio do Planalto quando o assunto é combate ao crime

Marina Moreirapor Marina Moreira em 18 de novembro de 2025
Caiado
Ronaldo Caiado e outros governadores na reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta - Créditos: Rômullo Carvalho/Secom Goiás

Com debates em alta relacionados à segurança pública, as atenções se voltam para muitas figuras políticas, dentre elas o governador Ronaldo Caiado (UB), um dos governantes que mais se destacam quando o assunto é combate ao crime. Apesar de não ser cotado, neste momento, como um dos possíveis nomes a liderar a corrida ao Palácio do Planalto em 2026, o chefe do Executivo goiano tem ganhado projeção nacional, sobretudo após a última grande operação contra o Comando Vermelho (CV) realizada no Rio de Janeiro pelas forças policiais lideradas pelo governador Cláudio Castro (PL). 

A partir daí, Caiado ganha parte dos holofotes graças à proliferação de notícias sobre a operação e projetos de segurança pública que voltaram a ser discutidos no Congresso, com foco em combater facções. O pré-candidato à Presidência da República foi responsável por articular a participação dos governadores de direita de diferentes Estados para elaborar medidas de enfrentamento ao crime organizado. 

Caiado ajuda na união de forças políticas

Isso resultou na unificação de ideias e críticas em relação aos projetos de segurança pública elaboradas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como, por exemplo, debates em torno do PL Antifacção, que pode ser votado nesta terça-feira (18) na Câmara dos Deputados.

Caiado foi um dos governadores que esteve à frente da formação do Consórcio da Paz, um projeto de integração para trocar informações de inteligência, prestar apoio financeiro e de contingente policial no combate ao crime organizado entre governadores da oposição ao governo Lula. Um dos principais pontos contrários levantados, tanto pelos Executivos estaduais, quanto pela oposição no Congresso, está na possibilidade de fazer com que os Estados percam autonomia no combate ao crime organizado. 

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Ronaldo Caiado, Cláudio Castro e Tarcísio de Freitas e outros governadores durante a formação do “Consórcio da Paz” – Créditos: Walter Folador

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Além disso, a direita defende a comparação de facções criminosas com organizações terroristas. “Nós estamos vivendo em um país onde, hoje, o programa social mais importante é o combate austero ao crime organizado e às facções”, afirmou Caiado durante o encontro com outros chefes de Executivo e parlamentares. A reunião ocorreu na última quarta-feira (12), em Brasília, e resultou na assinatura do Pacto pela Segurança Pública, entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Exemplo de outros países

O governador relembrou uma experiência que teve em outro país, quando Caiado presenciou a aplicação de uma lei que comparava facções com terrorismo. “Quando eu estudava na Europa, vi quando a Brigada Vermelha, na Itália, começou a fazer a mesma prática que se tem hoje no Brasil. Em dois minutos o governo italiano classificou a Brigada como terrorista e em dois anos acabaram com o grupo criminoso na Itália e não houve invasão dos Estados Unidos e nem de outro país”, ressaltou Caiado em entrevista a um podcast na sexta-feira (14). 

Ao O HOJE, o mestre em História e especialista em Políticas Públicas Tiago Zancopé faz uma reflexão sobre a necessidade de se pensar novas formas de segurança pública que não necessariamente estejam vinculadas à imagem de confronto entre forças policiais e criminosos. 

“O governo [federal] tem essa dificuldade de comunicação em relação à segurança, porque me parece que, no imaginário da população brasileira, segurança pública é homem, altamente armado, circulando em carros igual caveirões patrulhando a rua. A população brasileira precisa entender que esse modelo de segurança pública não é o modelo ideal.” 

Zancopé avalia que, por mais que no Congresso Nacional haja inúmeras bancadas que priorizam pautas sobre segurança, esse assunto é um debate difícil de ser implementado como política pública. “Há bancadas do exército, que são aqueles parlamentares oriundos da caserna mesmo. Há aquelas que são oriundas das polícias militares locais e das polícias federais e quando surge algum projeto de segurança pública, é uma discussão que não tem como saber o desfecho”, pontua o especialista em políticas públicas. (Especial para O HOJE) 

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