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domingo, 14 de dezembro de 2025
Polícia Federal

Bolsonaro é preso em Brasília

Ex-presidente é detido preventivamente após convocação de vigília por Flávio Bolsonaro e é levado à PF para procedimentos oficiais

Paula Costapor Paula Costa em 22 de novembro de 2025
Polícia Federal
A Polícia Federal deteve o ex-presidente na manhã deste sábado, após o STF autorizar a prisão preventiva motivada pelo risco à ordem pública. (Crédito: divulgação)

A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua casa, em Brasília, na manhã deste sábado (22), após ordem autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção, motivada por riscos à ordem pública, ocorreu um dia depois de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente ao condomínio do pai, o que levou a Polícia Federal (PF) a avaliar potencial ameaça à segurança.

Na noite da sexta-feira (21), o filho do ex-presidente, fez uma postagem no X – esse post culminou a prisão nesta manhã: “Vamos invocar o Senhor dos Exércitos! A oração é a verdadeira armadura do cristão. É por meio dela que vamos vencer as injustiças, as lutas e todas as perseguições. Tenho um convite especial para você: assista ao vídeo até o final! VIGÍLIA PELA SAÚDE DE BOLSONARO E PELA LIBERDADE NO BRASIL!”, escreveu Flávio Bolsonaro, que ainda colocou o local e o endereço dessa vigília: Sábado, 22 de novembro, 19h, no balão do Jardim Botânico, na altura do condomínio Solar de Brasília 2.

Esse foi o local em que Bolsonaro foi preso no sábado, após a convocação e antes do começo da vigília por sua saúde e liberdade no país. “Você vai lutar pelo seu país ou vai assistir tudo aí da sua casa”, disse Flávio na convocação, o que caracterizou, segundo avaliação da PF, risco à ordem pública.

Viaturas descaracterizadas entraram no condomínio no Jardim Botânico nas primeiras horas da manhã. Bolsonaro foi levado por agentes à sede da PF, onde chegou por volta das 6h35. Segundo relatos internos, o ex-presidente não demonstrou resistência durante o cumprimento do mandado. Michelle Bolsonaro não estava na residência no momento da detenção.

A corporação informou que a medida cautelar não está relacionada à condenação por tentativa de golpe de Estado, mas sim a um novo pedido apresentado pela própria PF e validado pelo STF. A defesa afirmou que não havia sido oficialmente comunicada até 6h40. No edifício-sede, Bolsonaro passou por exame de corpo de delito, procedimento executado por peritos do Instituto Médico-Legal para evitar exposição externa. Ele permanecerá em uma sala de Estado, local destinado a autoridades.

Por volta das 7h30 o ex-presidente saiu do Instituto Nacional de Criminalística (INC). Bolsonaro permanece em uma sala reservada, com uma mesa, cadeira, cama e também um banheiro privativo.

A prisão preventiva aconteceu enquanto ainda corre o prazo para a apresentação dos chamados embargos dos embargos – recursos que não alteram o mérito da condenação, mas servem para esclarecer eventuais omissões ou contradições na decisão da Primeira Turma do STF, que rejeitou por unanimidade os pedidos anteriores da defesa. Esse prazo se encerra na segunda-feira, às 23h59, e, mesmo com a possibilidade de novos recursos, Moraes pode declarar o trânsito em julgado após essa etapa.

A defesa tenta reverter o cenário. Na véspera, os advogados do ex-presidente solicitaram que a detenção seja convertida em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde e comorbidades graves. Também indicaram que devem recorrer por meio de embargos infringentes, embora esse tipo de recurso tradicionalmente só seja admitido quando ao menos dois ministros votam pela absolvição — no caso de Bolsonaro, houve apenas um voto divergente. Ainda assim, mesmo que seja apresentado, o pedido não impede que o STF finalize o processo antes de sua análise.

Desde 4 de agosto, o ex-presidente cumpria prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, após o descumprimento de restrições impostas no inquérito que apura incitação a ataques ao STF e apoio a intervenção estrangeira no Judiciário, realizadas por meio das redes sociais de aliados e familiares parlamentares.

A expectativa agora se concentra nos próximos passos da PF e na condução da prisão preventiva ao longo do dia, enquanto o cenário jurídico e político do ex-presidente se define nas instâncias superiores

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