Michelle ganha espaço político em meio a tensões no núcleo Bolsonaro
Apoio à ex-primeira-dama cresce nas redes sociais
A crise interna no clã Bolsonaro ampliou a projeção política da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A princípio, a disputa pública entre integrantes da família se transformou em um ciclo de polêmicas que geram engajamento contínuo nas redes sociais. Esse movimento, comum no ecossistema digital, mantém a atenção sobre o grupo e fortalece a imagem de Michelle como figura central da direita.
Nos últimos dias, debates envolvendo declarações dela e reações de familiares ganharam repercussão nacional. Segundo levantamento da AP Exata, o apoio explícito à ex-primeira-dama subiu de 44,7% para 49,5% nas redes sociais. Ou seja, o conflito familiar ampliou a visibilidade de Michelle e inseriu sua atuação política no centro da conversa pública.

Estratégia baseada em conflitos
A dinâmica observada repete o padrão que marcou o governo Bolsonaro. Declarações controversas e situações de tensão mantinham o então presidente no foco da discussão, inclusive entre críticos. Assim, sua mensagem ultrapassava os limites da bolha ideológica. Dessa forma, o atual embate envolvendo Michelle e o senador Flávio Bolsonaro segue a mesma lógica.
A fala da ex-primeira-dama sobre alianças no Ceará teria permanecido restrita ao contexto local. No entanto, a resposta de Flávio, ao classificá-la como “deselegante”, ampliou o alcance do episódio. A partir disso, o debate atingiu redes nacionais e reforçou a narrativa de que Michelle atua como esposa, mãe e defensora da família Bolsonaro.

Avanço de Michelle na posição política
A nota divulgada por Michelle trouxe um ponto central: a autodefinição como “líder política”. Esse trecho ganhou destaque porque sinaliza um movimento para consolidar protagonismo dentro da direita. Além disso, surge no momento em que ela aparece tecnicamente empatada com o presidente Lula em cenários de segundo turno.
Leia também: CNU 2025: cartão com locais da prova discursiva é liberado; veja como acessar
Especialistas apontam que essa construção discursiva dialoga com segmentos evangélicos, católicos e conservadores. Esses grupos representam parcela expressiva do eleitorado e tiveram papel relevante nas campanhas anteriores do ex-presidente. Sendo assim, a projeção atual de Michelle reorganiza o espaço político do bolsonarismo e amplia suas possibilidades eleitorais.

Enfim, a crise recente reforça a transição da ex-primeira-dama de figura secundária para protagonista. A repercussão nas redes sociais indica um reposicionamento estratégico que deve impactar as próximas movimentações políticas da direita.