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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
escala global

Labubu, morango do amor e Bobbie Goods ilustram lógica do hype digital

Produtos de nicho ganham escala global ao unir estética, desejo coletivo e redes sociais

Luana Avelarpor Luana Avelar em 15 de dezembro de 2025
Bobbie Goods
Foto: Guia da Criança

As Pesquisas do Ano do Google 2025 apontaram três protagonistas que surgiram em nichos específicos e rapidamente alcançaram escala global: Labubu, morango do amor e Bobbie Goods. Apesar de distintos entre si, os três fenômenos seguem a mesma lógica da economia da atenção, em que estética marcante, facilidade de compartilhamento e desejo coletivo transformam produtos em símbolos culturais e motores de mercado.

O Labubu, boneco criado pela fabricante chinesa Pop Mart, tornou-se um fenômeno impulsionado pelo TikTok e movimentou mais de R$ 2 bilhões em vendas. Já o morango do amor, doce artesanal altamente instagramável, extrapolou o universo das feiras e ganhou versões de luxo vendidas por até R$ 2.100 em São Paulo. Os livros de colorir Bobbie Goods, por sua vez, viralizaram nas redes sociais e ultrapassaram a marca de 150 mil exemplares vendidos no Brasil.

Bobbie Goods
Labubu é um personagem de uma série de art toys (brinquedos de arte) colecionáveis, criado pelo artista de Hong Kong, Kasing Lung, e popularizado pela empresa chinesa Pop Mart. Foto: Divulgação
Bobbie Goods
Bobbie Goods é uma marca viral de livros de colorir, criados pela ilustradora norte-americana Abbie Goveia. Foto: Guia da criança
Bobbie Goods
O “Morango do Amor” é um doce que viralizou nas redes sociais, sendo um morango fresco envolto em brigadeiro branco e coberto por uma casquinha de caramelo vermelho brilhante, uma releitura da tradicional maçã do amor. Foto: Minhas receitinhas

Economia da atenção e algoritmos

Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube exercem papel central nesse processo ao amplificar tendências e atribuir significado coletivo aos produtos. Nesse ambiente, atenção se converte em moeda: engajamento gera tráfego, que se transforma em demanda e, por fim, em receita. A lógica dispensa grandes campanhas publicitárias quando o conteúdo entra no ciclo de repetição, identificação e compartilhamento.

Os algoritmos de recomendação atuam como curadores invisíveis ao selecionar o que ganha visibilidade e relevância social. Ao priorizar determinados conteúdos, acabam influenciando diretamente buscas, consumo e comportamento coletivo.

Consumo digital e timing do Labubu, morango do amor e Bobbie Goods

Esse cenário se conecta ao avanço do comércio eletrônico no Brasil, onde a maioria dos consumidores prefere comprar online, especialmente via celular. A busca por preço e tendência se concentra nos mecanismos digitais, reforçando o papel das plataformas como vitrines culturais.

No entanto, a lógica do hype também impõe riscos. Fenômenos como Labubu mostram que a valorização rápida pode levar à saturação, revelando a fragilidade de modelos excessivamente dependentes da viralização. O sucesso exige timing preciso: entrar cedo demais pode parecer estranho; tarde demais, oportunista.

Cultura, símbolo e mercado

Quando um produto ultrapassa sua função original e se transforma em símbolo, passa a operar como moeda social. Labubu, morango do amor e Bobbie Goods deixaram de ser apenas itens de consumo para representar pertencimento, visibilidade e participação em um fenômeno coletivo.

O movimento indica uma fase em que cultura, tecnologia e mercado se fundem. Tendências não nascem mais apenas de grandes empresas, mas de comunidades digitais capazes de influenciar conversas globais em escala inédita.

LEIA MAIS: https://ohoje.com/2025/07/01/o-fenomeno-dos-livros-bobbie-goods-conquista-adultos-no-brasil/

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