Clan del Golfo: EUA classificam cartel colombiano como grupo terrorista
Decisão enquadra maior grupo armado colombiano em sanções por terrorismo e narcotráfico
O governo dos Estados Unidos designou nesta terça-feira (16) o Clan del Golfo, da Colômbia, como organização terrorista. A decisão foi anunciada em comunicado divulgado pelo Departamento do Tesouro americano e enquadra oficialmente o grupo colombiano nas sanções previstas para entidades envolvidas em atos de violência e terrorismo transnacional.
Em comunicado, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificou o Clan del Golfo como uma organização criminosa violenta e poderosa, financiada principalmente pelo tráfico de cocaína e responsável por ataques terroristas na Colômbia. Ele afirmou que os EUA “continuarão a usar todas as ferramentas disponíveis para proteger nossa nação e impedir as campanhas de violência e terror cometidas por cartéis internacionais”.
Clan del Golfo
Considerado hoje o maior grupo armado ilegal da Colômbia, o Clan del Golfo atua principalmente no narcotráfico e em esquemas de extorsão. Segundo a Polícia Nacional colombiana, trata-se de uma das organizações criminosas transnacionais mais perigosas em operação.
A organização surgiu após a desmobilização das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), grupo paramilitar de extrema direita, e mantém entre seus líderes ex-paramilitares. O Clan del Golfo foi fundado em 2007 por Daniel Rendón Herrera, conhecido como Don Mario, ex-integrante do Bloco Centauros das AUC. Ele foi capturado em 2009 e extraditado para os EUA em 2018.

De acordo com autoridades colombianas, o grupo tem presença em ao menos 28 países, distribuídos por quatro continentes, operando tanto em rotas do narcotráfico quanto em mercados consumidores. Nas Américas, atua em países como EUA, México, Brasil e Venezuela. Na Europa, está presente em nações como Espanha, Alemanha, França e Itália, enquanto na Ásia alcança países como Irã, Emirados Árabes Unidos e China.
A designação ocorre em um momento em que o grupo mantém negociações com o governo do presidente colombiano Gustavo Petro, no Catar, como parte da política de pacificação do país após décadas de conflito armado.