EUA retomam pressão sobre programa nuclear do Irã
Governo russo demonstra apoio público ao Irã e pede cautela dos EUA para evitar nova escalada
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou na segunda-feira (29) que Washington pode voltar a atacar o Irã caso haja indícios de que o país esteja retomando seu programa nuclear. A declaração foi feita durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Segundo Trump, o governo norte-americano acompanha informações que apontariam para uma tentativa iraniana de reconstruir sua capacidade nuclear. “Estou ouvindo que o Irã está tentando se reerguer, e, se estiver, teremos de derrubá-los de novo”, disse. O presidente afirmou ainda que os EUA “vão atacar com força” se necessário, mas declarou que continua disposto a negociar um acordo nuclear, opção que classificou como “muito mais inteligente”.
Rússia pede cautela dos EUA
As falas do presidente norte-americano tiveram repercussão imediata. Ainda na segunda-feira, o governo da Rússia pediu publicamente cautela e defendeu que EUA e Irã evitem uma nova escalada do conflito. Na terça-feira (30), o presidente russo, Vladimir Putin, telefonou ao presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. De acordo com o Kremlin, os dois discutiram o programa nuclear iraniano, sem divulgação de detalhes do conteúdo da conversa.

Ainda, Pezeshkian também reagiu às ameaças dos EUA. “A resposta da República Islâmica do Irã a qualquer agressão tirânica será dura e lamentável”, afirmou.
Guerra dos 12 dias
As declarações remetem aos ataques realizados pelos EUA em junho, durante a chamada Guerra de 12 dias, iniciada após bombardeios israelenses contra estruturas ligadas ao programa nuclear iraniano. Na ocasião, o governo israelense afirmou que o avanço nuclear de Teerã representava uma ameaça existencial. Durante o conflito, forças norte-americanas atingiram três instalações nucleares do Irã.
Após a ofensiva, Trump declarou que o programa nuclear iraniano havia sido “obliterado completamente”. Dias depois, um relatório preliminar do Pentágono, citado pelo jornal The New York Times, indicou que os ataques teriam apenas atrasado o avanço do programa por alguns meses.