Mais de 200 pessoas são detidas após saques no interior do país
Entre os estabelecimentos saqueados, há supermercados, adegas, farmácias, açougues, padarias, sorveterias e lojas de bebidas
As autoridades da Venezuela detiveram 216 pessoas por saques a 68 estabelecimentos comerciais e por outros atos de vandalismo ocorridos durante a noite passada no estado de Aragua, informou ontem a governadora dessa região central, a chavista Caryl Bertho. A informação é da agência EFE.
Caryl indicou ao canal “Tves” que, entre os estabelecimentos saqueados, há supermercados, adegas, farmácias, açougues, padarias, sorveterias e lojas de bebidas. Além disso, ela denunciou que “grupos de choque” atacaram escritórios da companhia nacional de telecomunicações, duas sedes de partidos políticos oficialistas, depósitos de uma prefeitura e um imóvel destinado à atividade cultural.
Segundo a chavista, 216 pessoas foram detidas e investigações foram abertas. Ela responsabilizou os partidos opositores Primeiro Justiça (PJ) e Vontade Popular (VP) por estes atos.
Já a deputada opositora Dinorah Figuera disse à EFE que na cidade de Maracay membros de organizações civis – às vezes armadas – e alinhadas ao governo, lideraram as ações de saque. Isto aconteceu, segundo ela, ao término de um protesto convocado pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática, que consistiu em bloquear vias em todo o país durante quatro horas.
“Chama a atenção que, em momentos de saques, os corpos de segurança estiveram ausentes (…) Foi uma ação feita com a complacência das autoridades regionais”, afirmou a deputada. Ela acusou ainda a Guarda Nacional Bolivariana de ter “atacado residências em busca de opositores”.
Dinorah disse ter notícias de várias pessoas feridas, duas delas gravemente, e adiantou que o Parlamento venezuelano debaterá estes fatos na sua sessão de ontem em Caracas. Dezenas de vídeos e fotos que circulam nas redes sociais mostram, segundo os usuários, os fatos denunciados.
Há três meses a Venezuela vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, algumas das quais provocaram atos violentos que já deixaram 75 mortos e mais de mil feridos, segundo dados da Procuradoria do país.
(Agência Brasil)