Exames preventivos garantem melhor saúde às mulheres
Rotina de cuidados deve contar sempre com Mamografia e Papanicolau
Victor Lisita*
A
adesão ao movimento mundial “Outubro Rosa” vem aumentando a cada ano. Em
Goiânia, diversas instituições mudaram sua iluminação para a cor em questão como
forma de lembrar a população sobre a importância da realidade atual do câncer
de mama e seu diagnóstico precoce. Por ser uma doença severa, o assunto deve
ser foco nos 12 meses do ano, visto que sua presença na vida das mulheres não
se dá apenas no mês de outubro. A ação teve início em 1990, em Nova Iorque,
quando ocorreu a primeira Corrida pela Cura, no qual participantes receberam
laços rosas, que mais tarde tornaram-se o símbolo do movimento.
Especialistas indicam que toda
mulher com vida sexual ativa deve consultar o ginecologista ao menos uma vez
por ano. Vários exames devem ser feitos para complementar a observação clínica
no consultório. De acordo com a professora de Medicina da Universidade Federal
de Goiás (UFG), Marta Franco Finotti, os exames de rotina mais importantes que
as mulheres devem fazer são o colpocitologia oncoparasitária, mais conhecido como papanicolau, para detectar o câncer de colo de útero precoce, e a mamografia,
com o intuito de identificar lesões benignas e cânceres.
Finotti explica que o colpocitologia oncoparasitária
é um exame muito importante e deve ser feito em todas as mulheres a partir da
adolescência. Em relação à mamografia, a professora conta que deve ser
realizada anualmente a partir dos 40 anos de idade. “Para quem tem antecedentes
familiares de primeiro grau de câncer de mama, o primeiro exame precisa ser
feito 10 anos antes da idade que o parente teve a doença”. Junto aos dois,
também se deve dar destaque à ultrassonografia transvaginal, que é feita após o
início da vida sexual da mulher para avaliar tanto o útero, quanto os ovários.
Particularidades
A ginecologista do Hospital e
Maternidade São Cristóvão, Maria Rita Curty, lembra dos exames de rotina
laboratoriais, “que envolvem hemograma completo para checar anemia, com
avaliações hormonais, tireoideanas, de diabetes, colesterol, ácido úrico e vitamina
B12”. Também contam as consultas de imagem, com o intuito de descartar cistos e
nódulos no útero, ovários e mamas. Não apenas como forma de prevenção, a ida ao
ginecologista é necessária para conhecer mais do próprio organismo.
A
universitária Amanda Diniz descobriu que era portadora da síndrome do ovário
policístico após realizar exame de sangue e ultrassom. “Fui indicada a tomar
anticoncepcional para fazer um controle hormonal”.
Quanto aos desconfortos que os
exames de rotina podem gerar, a Curty ressalta que só é comum na
colposcopia com biópsia ou na vulvoscopia, e na mamografia. “Na colposcopia e
vulvoscopia, jogamos ácido acético na região vulvovaginal, o que pode ocasionar
prurido e irritabilidade. A biópsia pode gerar cólicas pélvicas. Já a
mamografia leva a um incômodo temporário devido à pressão da máquina que
realiza o procedimento”.
Importância
Deixar de ir regularmente ao médico
ocasiona na perda de oportunidade em se identificar doenças que podem ser
prevenidas ou, em alguns casos, fazer o próprio diagnóstico precoce da
enfermidade. “Como é o caso do câncer de mama, o qual você não consegue
prevenir, mas é possível identificá-lo prematuramente”, enfatiza Finotti. Em
relação ao câncer de colo de útero, a professora diz que é possível fazer uma
antecipação se todos os exames preventivos forem realizados, assim como os que
acompanham o processo caso aconteça alguma alteração no quadro da paciente.
Amanda conseguiu resolver muitas
dúvidas após fazer pesquisas online. A universitária diz que a quantidade de
informações disponíveis pode ajudar a desvendar pequenas questões, entretanto, ela
ressalva que “a internet não realiza os exames ou confere os diagnósticos. A
ida ao médico continua sendo necessária”.
Nesse Outubro Rosa, a conscientização
do cuidado com a saúde não é a única mensagem que se deve lembrar. Para a
professora Finotti, é muito importante que a mulher tenha o hábito de se precaver
e ter atitudes preventivas. “A ida ao médico não deve acontecer apenas quando a
mulher tiver um problema, é preciso pensar de maneira preventiva. Todos devem cuidar
desse bem precioso que é a saúde”.
*Victor Lisita é integrante do programa de estágio do jornal O Hoje, sob a supervisão de Naiara Gonçalves.
Foto: Reprodução