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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Crime Ambiental

Ocupações irregulares ameaçam João Leite

Ação visa controlar desmatamento da vegetação do local

Sheyla Sousapor Sheyla Sousa em 14 de novembro de 2017
Ocupações irregulares ameaçam João Leite
Ação visa controlar desmatamento da vegetação do local

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Marcus Vinícius Beck*

Herdeiros da Fazenda Serrania foram denunciados ontem (12) por crime ambiental devido ao parcelamento irregular de imóvel na região do Parque Estadual Altamiro de Moura Pachedo e Parque Estadual João Leite, em Goiânia. Os atuais ocupantes da fazenda também respondem por crime ambiental em função do desmatamento do local que se acentuou nos últimos anos, e foi responsável por manter preservados apenas 70 das 491 nascentes da região. A ação foi proposta pelo promotor de Justiça Juliano de Barros Araújo.

Encabeçada contra loteadores e compradores que tinham a intenção de devastar a fauna e flora do local, com plantação de gado e cultivo de agricultura, o propósito da ação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) é controlar o desmatamento da vegetação da área, que começou a aparecer em 2004. Os terrenos estão localizados no limite da zona de proteção do reservatório do Ribeirão João Leite, e é considerada como uma área de preservação permanente do município, de acordo com o Plano Diretor de Goiânia. 

De acordo com o processo, que está em trâmite no MP, as ocupações fogem do que está previsto no Plano Diretor da Capital. Nos últimos anos, foi constatado a degradação do Ribeirão por conta da impermeabilização do solo com construções, cortes nas declividades do terreno, aterramento com entulhos, derrubada de vegetação, instalação de fossas e uso intensivo e tráfego de veículo. Inclusive, em uma das ações, por exemplo, o promotor solicitou a supressão da vegetação, que tem área de 16,62 hectares. 

Caso sejam descumpridas as orientações do MP, a diária será de R$ 50 mil para cada loteador. Também foi requerida a execução do projeto de recuperação da área degradada, além da manutenção e monitoramento e indenização pelos danos ambientais permanentes, que são contínuos e irreversíveis. A multa para esse tipo de infração gira em torno de R$ 20 mil. 

O Ministério Público denuncia ainda os herdeiros da Fazenda Serrania por promoverem – sem autorização da Justiça – o loteamento do solo rural em propriedades para fins urbanos. No documento, Juliano de Barros Araújo detalhou a situação de cada um dos denunciados, e oferecer uma proposta de suspensão condicional do processo. 

Agressão

Em 2015, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) alertou que as 23 nascentes que compõe a bacia do Ribeirão João Leite não poderiam ser recuperadas. O reservatório, que é responsável por abastecer a Região Metropolitana de Goiânia, poderia secar em alguns anos, caso não fosse protegido. Na época, o titular da Dema, Luziano de Carvalho, afirmou que precisam ser tomados os devidos cuidados com o manancial da região. 

Tidos como os principais agentes da devastação do Ribeirão, o representante dos fazendeiros, Benício Rodrigues, disse que eles faziam de tudo para promover a proteção do meio-ambiente. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação de Cidades Rhudy Crysthian)  

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