Maia diz que não colocará Previdência em pauta sem ter votos para aprovação
Para o presidente da Câmara dos Deputados, o cenário não é favorável para que o texto seja votado ainda na próxima semana, antes do recesso parlamentar
O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, disse hoje (11) que não colocará em votação a proposta
de reforma da Previdência, sem a garantia. “Eu não vou pautar uma matéria dessa
se a gente não tiver muita clareza de ter mais de 308 votos. Não é bom para o
Parlamento, e muito menos para o Brasil, ter uma votação com resultado ruim.
Até porque, se a expectativa for de derrota, o resultado será pior ainda
daquele projetado antes da votação”, enfatizou, ao participar de reunião com
representantes do agronegócio na Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo.
Para Maia, o cenário não é
favorável para que o texto seja votado ainda na próxima semana, antes do
recesso parlamentar. “Olhando, de hoje para a próxima terça-feira, não é fácil
votar a matéria”, destacou. Na semana passada, o presidente Michel Temer e o
líder do Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), chegaram a projetar o próximo
dia 18 como a data provável para apreciação da proposta pelo plenário.
O presidente da Câmara reafirmou
estar se empenhando pessoalmente pela aprovação da reforma. No entanto, mesmo
no seu próprio partido, o DEM, Maia disse que talvez não tenha o apoio de todos
os deputados. “Acho que o DEM vai terminar esse debate, dos 28 que votam, com a
possibilidade de ter 24 ou 25 votos. Se chegar a isso, não vejo necessário
fechar ou não a questão”, disse.
Esse resultado, já seria
satisfatório, na avaliação do deputado. “O importante é que o partido consiga,
como conseguiu, na terceirização, na reforma trabalhista, na PEC do Teto, em
todas as matérias a maioria dos seus votos”, acrescentou.
Maia voltou a afirmar a
importância da mudança nas regras para as aposentadorias para garantir o
equilíbrio das contas públicas nos próximos anos.Se a gente não aprovar a
Previdência, não continuar avançando em uma política de equilíbrio fiscal, nós
vamos estar fechando 2018, abrindo 2019, com retrocesso de tudo o que nós avançamos.
Voltaremos ao crescimento do desemprego, da inflação, da taxa de juros. Eu
tenho certeza que isso não interessa a nenhum brasileiro.
Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução