Dilma diz que oposição quer “aniquilar” direitos políticos de Lula
Movimentos sindicais e apoiadores de todo o país se reúnem na capital gaúcha. Ex-presidente será julgado nesta quarta-feira (24) pela denúncia de recebimento de propina da Construtora OAS
*Guilherme Araujo
Em Porto Alegre, onde participa de um levante público nas ruas a favor do ex-presidente Lula, Dilma Rousseff disse que a oposição quer “aniquilar” politicamente o ex-colega de partido, a fim de impedi-lo de sair vitorioso as próximas eleições. O julgamento, feito pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), tem se tornado um grande evento.
Isto porquê Porto Alegre segue abarrotada de pessoas vindas de todas as partes do país em defesa do presidente. Segundo o Jornal Zero Hora, ao longo de toda esta terça-feira (23) estava prevista a chegada de cerca de 500 delegações. Um acampamento também foi montado com cerca de 10 mil pessoas – todas acampadas no Anfifeatro Pôr do Sol, e durante o ato desta manhã, estima-se que estiveram reunidas nas imediações da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aproximadamente 15 mil pessoas.
Manifestantes em ato pró-Lula. Eles se dirigem em marcha em Porto Alegre. Segundo a organização, são cerca de 10.000 pessoas. Lula deve falar mais tarde. Acompanhe ao vivo no @elpais_brasil pic.twitter.com/d0EqUOQytP
— Talita Bedinelli (@talitabedinelli) 23 janvier 2018
Tendo como atração principal a ex-presidente, em sua fala ela classificou como “covardia” a ideia de que o Partido dos Trabalhadores (PT) estivesse cogitando o uso de um plano B, caso Lula seja impedido de se candidatar. “Nós achamos que Lula é inocente e por isso não temos plano B. Ter plano B quando se trata de um inocente é covardia”, disse. “Estamos aqui mais uma vez para fazer a resistência democrática.”
Ainda estava programada a realização de um ato dentro do Anfiteatro, dedicado às mulheres. Todavia, faltou energia no local. O fato foi justificado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica como uma pane na rede especial que atende a Assembleia e outros locais importantes, como o Tribunal de Justiça e o Palácio do Estado, tendo sido resolvido assim que a reunião mudou de lugar.
A acusação
De acordo com o Ministério Público Federal, responsável pela acusação, a Construtora OAS teria doado a Lula um apartamento triplex na cidade de Guarujá, no literal de São Paulo. A oferta teria servido de propina a fim de favorecer facilidades para obter contratos de alto valor com a Petrobrás. A princípio, Lula foi condenado em 1º grau a 9 anos e 6 meses pelo juiz federal Serio Moro, mas recorreu.
*Guilherme Araujo é integrante do programa de estágio do Jornal OHoje.com, sob supervisão de Naiara Gonçalves. (Foto: Reprodução)