Paraguai quer que Brasil revogue status para 2 refugiados
O Paraguai voltará a solicitar ao Brasil a revogação do status de refugiados de Juan Arrom e Anuncio Martí, ex-dirigentes do Partido Pátria Livre (PPL) e processados pelo sequestro da esposa de um empresário em 2001, disse o ministro do Interior paraguaio Juan Ernesto Villamayor: “Vamos pedir ao Brasil a suspensão do status concedido a […]
O Paraguai voltará a solicitar ao Brasil a revogação do status de refugiados de Juan Arrom e Anuncio Martí, ex-dirigentes do Partido Pátria Livre (PPL) e processados pelo sequestro da esposa de um empresário em 2001, disse o ministro do Interior paraguaio Juan Ernesto Villamayor: “Vamos pedir ao Brasil a suspensão do status concedido a eles (em 2003) e vamos insistir com o pedido de extradição”.
A mudança de status facilitará a extradição dos acusados ao Paraguai, para que ambos “prestem contas à Justiça paraguaia”, disse Villamayor.
A decisão corresponde a ordens do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e exigirá a coordenação do Ministério das Relações Exteriores, do Poder Judiário e do Ministério Público, entre outras instituições.
Esta será a quarta tentativa do Paraguai para conseguir a extradição, embora desta vez existam “muitas expectativas favoráveis”, de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Luis Alberto Castiglioni.
O chanceler informou que trabalhará de forma conjunta com outras instituições do Estado para buscar a suspensão “do status inadequado” de Arrom e Martí. “Não há apenas uma questão de acabar com a impunidade que esses dois criminosos usufruem, com o status de refugiado, também há uma questão de segurança nacional. Eles foram um pouco da raiz do (grupo armado) Exército do Povo Paraguaio (EPP), antes Pátria Livre”, concluiu Castiglioni.
Sequestro
Martí e Arrom foram processados pela Justiça paraguaia pelo suposto envolvimento no sequestro de María Edith Bordón de Bernardi, esposa de um empresário paraguaio e nora do ex-ministro da Fazenda Enzo Debernardi. Ela foi liberada em janeiro de 2002, após o pagamento de US$ 1 milhão, segundo foi informado na época.
Pouco antes do julgamento, os dois homens desapareceram e reapareceram com sinais de tortura, em um caso que resultou na renúncia de dois ministros, três chefes de polícia e na advertência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que pediu ao governo paraguaio, então presidido por Luis González Macchi, para que adotasse medidas cautelares para garantir a proteção de ambos. O Brasil decidiu conceder aos dois a condição de refugiados políticos e a proteção para que residam livremente no território brasileiro. (Agência Brasil)