João Campos não vai recuar na disputa ao Senado
Presidente do Republicanos não pretende abrir mão nem para acomodar possíveis aliados
O presidente estadual do Republicanos, deputado federal João Campos, não abrirá mão da disputa ao Senado na chapa do pré-candidato ao governo Gustavo Mendanha (Patriota). Segundo confirmado por meio da assessoria do parlamentar, “não existe essa possibilidade”, nem para acomodar possíveis aliados futuros.
Vale citar, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Lissauer Vieira, visitou Aparecida de Goiânia na terça-feira (28). Oficialmente, tratou-se de um encontro de cortesia com o prefeito Vilmar Mariano (Patriota), principal articulador do ex-prefeito Mendanha na cidade.
Nos bastidores, os rumores são de que Mendanha teria grande interesse em ter Lissauer e o PSD como aliados na disputa – se não como senador, como vice. O presidente da Assembleia é pré-candidato ao Senado e faz parte da base de Ronaldo Caiado.
O governador, contudo, mantém silêncio sepulcral sobre a possibilidade de um nome de consenso para o Senado na chapa – defesa de Lissauer e também do senador Luiz do Carmo – ou se permitirá aos partidos aliados lançarem candidaturas isoladas – tese dos deputados federais delegado Waldir (União Brasil) e do presidente do Progressista (PP), ex-ministro Alexandre Baldy.
Essa indecisão teriam alimento os rumores, nunca confirmados oficialmente, que o PSD poderia buscar uma alternativa para Lissauer. Mendanha estaria atento e, inclusive, já disse ao Jornal O Hoje que receberia bem o presidente da Alego, que ele afirmou acrescentar muito à chapa, caso a situação realmente viesse a acontecer.
Caso MEC
Segundo confirmado pela própria prefeitura de Goiânia, João Campos foi quem indicou o filho e o genro do pastor Arilton Moura, suspeito de corrupção no Ministério da Educação (MEC), para cargos comissionados na secretaria municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). O genro do religioso, Helder Diego da Silva Bartolomeu, e o filho, Victor Iuri Moura Correia, foram nomeados como assessores jurídicos em 25 de maio do ano passado e tiveram exoneração em 10 de maio de 2022.
Além disso, Helder e Arilton foram presos na quarta-feira passada (22) durante operação da Polícia Federal. Na ocasião, também foram detidos o pastor Gilmar Santos, o ex-ministro do MEC Milton Ribeiro e o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministério Luciano de Freitas Musse. Na quinta, todos já estavam soltos.
Por meio de sua assessoria, João Campos também afirmou que estas questões em nada abalam a pré-candidatura.
Mendanha sobre Lissauer
Em entrevista ao Jornal O Hoje, Gustavo Mendanha afirmou ter interesse em compor com PSD, além de outras siglas que hoje estão na base de Caiado. “Primeiro eles precisam esgotar esse diálogo com o governo. Não acredito que o governo tenha as condições para esses candidatos, mas o segundo momento é de conversar”.
Sobre Lissauer, ele diz que nunca escondeu a relação de respeito, admiração e amizade. “É uma figura que trouxe muita estabilidade para o governo Caiado e ele não foi reconhecido e nem será reconhecido. Eu não tenho dúvidas que ele não terá o espaço que ele espera ter. Se ele quiser, estou aberto ao diálogo sim.”
Ainda assim, o ex-prefeito de Aparecida reconhece o aliado João Campos e entende que, ao Senado, seria difícil acomodar outro nome. “Acho difícil o João abrir mão”, declarou.