Justiça determina que Enel não paralise serviços de manutenção em Goiás
Na decisão, Justiça proíbe empresa de cortar serviços e reduzir quadro de colaboradores, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão
A juíza Stefane Fiúza Cançado Machado, da comarca de Goiânia, concedeu tutela provisória de urgência contra a Enel Goiás para que a companhia não paralise o serviços. A decisão ocorreu na noite deste sábado (22/10) em resposta ao pedido de liminar em ação civil pública impetrada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
Na sentença, a magistrada afirma que a empresa deve se abster de qualquer conduta que prejudique a adequada prestação de serviço de distribuição de energia elétrica, como a paralisação dos serviços de manutenção, redução indiscriminada de colaboradores, cortes de investimento em infraestrutura, entre outros, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 milhão.
Prevênção de chuva
Por meio de nota, o Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia do Estado de Goiás (SINDCEL) afirmou que a Enel determinou o cancelamento do Plano Verão que consiste na realização de serviços preventivos no período de chuvas. De acordo com o sindicato, a decisão da concessionária aumentará os riscos de intermitência no sistema elétrico e de quedas de energia por períodos prolongados.
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Além disso, a magistrada ordenou que a empresa comprove, no prazo de 48 horas e mediante relatório técnico, a manutenção de condições adequadas da prestação do serviço, conforme critérios de qualidade exigidos, por meio de balanço que deverá ser fornecido a cada 15 dias.
“Em caso de tamanha relevância, onde se denota menoscabo com a falta de apreço ao princípio constitucional da dignidade da pessoa, o não acolhimento da medida seria atentatório ao referido princípio[…], vez que estamos diante de um serviço público essencial, qual seja, fornecimento de energia elétrica”, pontuou a juíza.
Paralisação
A PGE ingressou com ação no Poder Judiciário que tomou conhecimento de comunicados feitos pela Enel Goiás sobre uma eventual suspensão do plano de manutenção e obras. O anúncio da judicialização do assunto foi feito na tarde deste sábado (22/10) em coletiva de imprensa, no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia.
“Identificamos a possibilidade de sabotagem e imediatamente determinei que todas as áreas do governo tomassem as medidas possíveis antes que isso resulte em problemas de queda de energia que venham a penalizar todos nós”, afirmou o governador Caiado.
O Procon Goiás notificou a concessionária, na última sexta-feira (21/10) para que a mesma preste esclarecimentos sobre os motivos que levaram a empresa a determinar a paralisação dos serviços de manutenção e obras, bem como a paralisação de demandas relacionadas à poda de árvores das redes de baixa e média tensão.
Prazo de resposta
A Enel possui o prazo de 24 horas úteis, para justificativa e terá que apresentar ainda um cronograma de serviços executados e programados referentes ao segundo semestre de 2022, e um cronograma de transição de gestão para a empresa Equatorial.
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