Dinheiro parlamentar de deputado é usado para pagar viagem a casa de striptease
As viagens ocorreram durante a madrugada
Documentos indicam que o gabinete do deputado Filipe Barros (PL-PR) usou recursos públicos, isto é, dinheiro parlamentar de deputado é usado para pagar viagem a casa de striptease, o valor foi usado para reembolsar viagens de Uber de um funcionário a casa de show em Londrina (PR). O chefe de gabinete, Bruno Cardoso Araújo, teria solicitado o reembolso das corridas, realizadas na madrugada de 6 de março. O parlamentar, no entanto, estava em missão oficial fora do país.
As viagens ocorreram durante a madrugada e constam nos registros de gastos públicos da Câmara. A primeira corrida saiu do hotel onde Bruno Araújo estava hospedado e foi até o Manhattan Bar, clube conhecido pela realização de apresentações de striptease e pela presença de garotas de programa. A volta foi registrada às 4h46, do mesmo endereço, até o hotel.
Dinheiro parlamentar de deputado
Após ser questionado pela reportagem, Araújo anunciou a demissão e disse que providenciou a devolução dos valores. Em nota, ele alegou que o reembolso foi solicitado “por ato falho” e que se tratava de uma viagem fora do horário de expediente. O deputado Filipe Barros, por sua vez, determinou a devolução do valor imediatamente após ser informado do caso.
Como líder da oposição na Câmara dos Deputados e parlamentar em seu segundo mandato, Filipe Barros é conhecido por seu discurso em defesa de valores conservadores. Mesmo assim, a situação coloca seu gabinete em destaque por uma prática contestável, uma vez que as normas da Câmara determinam que a cota parlamentar seja usada exclusivamente para despesas vinculadas à atividade política do deputado.
A cota parlamentar, criada em 2009, permite que parlamentares cubram despesas como aluguel de escritório, serviços de consultoria e deslocamentos. A verba é calculada de acordo com os custos de viagem de Brasília até a capital do estado representado pelo parlamentar, variando de R$ 36,5 mil para deputados do Distrito Federal a R$ 50,4 mil para aqueles do Acre.
Até o momento, a Câmara dos Deputados não se manifestou sobre o caso.