Em depoimento à PF, ex-comandante da FAB diz que Zambelli o pressionou por golpe de Estado
Carla Zambelli negou as acusações
Postado em 26 de novembro de 2024 por Otavio Augusto
Golpe de Estado: o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) durante o governo Jair Bolsonaro, afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que foi pressionado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) a aderir a um plano para manter o então presidente no poder.
A declaração faz parte de um relatório encaminhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira (26).
De acordo com o depoimento, o episódio ocorreu em 8 de dezembro de 2022, após a formatura de aspirantes à oficial da FAB em Pirassununga (SP). Na ocasião, Zambelli teria abordado Baptista Júnior com a seguinte frase: “Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão”. O tenente-brigadeiro relatou que interpretou a declaração como uma proposta de adesão a um ato ilegal para manter Bolsonaro no poder.
Carla Zambelli negou as acusações por meio de sua assessoria. Segundo ela, não houve solicitação de apoio para um golpe. Em nota, a deputada declarou que desconhece os fatos mencionados e que, se pediu acolhimento, teria sido apenas por causa da derrota nas eleições, o que considerava um pedido legítimo à época.
Depoimento sobre golpe de Estado
O depoimento também revelou que, em 14 de dezembro de 2022, houve uma reunião no Ministério da Defesa. Durante o encontro, o então ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira teria apresentado uma minuta de decreto presidencial que seria usada como base jurídica para o golpe. Ele também teria pressionado os comandantes das Forças Armadas a aderir ao movimento.
Baptista Júnior relatou que apenas o então comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, manifestou disposição para cumprir as ordens previstas no decreto. O ex-comandante da FAB também afirmou que, após o encontro, começou a receber ataques nas redes sociais, sendo chamado de “melancia” e “traidor da pátria”.
A reunião mencionada ocorreu na mesma semana em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi diplomado
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