O governo federal deve anunciar nesta quarta-feira (27) a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas com salários de até R$ 5 mil. A medida pode ter um custo de até R$ 45 bilhões aos cofres públicos, segundo estimativas de economistas.

Atualmente, a isenção é válida para quem recebe até R$ 2.824 mensais, considerando o desconto simplificado de R$ 564,80. A nova proposta, que amplia o limite de isenção, beneficiaria uma parcela maior da população, mas acarretaria um impacto fiscal considerável. Para o economista Felipe Salto, da Warren Investimentos, a ampliação poderia custar R$ 45,8 bilhões, sendo esse um cálculo otimista, já que a proposta prevê ajustes na tabela do Imposto de Renda para focar nos contribuintes de menor renda.

Outros economistas, como Ítalo Franca, chefe de políticas fiscais do Santander, também destacaram que o impacto pode ser ainda maior, chegando a R$ 100 bilhões, caso a isenção seja ampliada para rendas mais altas. A compensação dessa perda de arrecadação será um desafio, já que o governo terá que buscar alternativas para equilibrar as contas públicas.

Em pronunciamento marcado para às 20h30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhará essa proposta, juntamente com um pacote de corte de gastos que será enviado ao Congresso Nacional. A medida faz parte do esforço do governo para ajustar as finanças públicas, sem comprometer o crescimento econômico.