O governo de Israel quer reconstruir a relação com o Brasil, que enfrentou momentos difíceis desde o início do ano. Em maio, o Brasil retirou seu embaixador em Tel Aviv, deixando a representação diplomática sem liderança de alto nível. Agora, o embaixador Mattanya Cohen, vice-diretor geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, está à frente das articulações para retomar o diálogo.

Brasil e Israel buscam superar tensões diplomáticas e fortalecer cooperação

Cohen, acompanhado do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, visitou a Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (27). Eles se reuniram com Lucas Redecker (PSDB), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e Greyce Elias (Avante), vice-presidente do grupo de Amizade Brasil-Israel. Durante o encontro, Cohen destacou a importância de melhorar os laços entre os dois países, especialmente após o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah.

“Espero que Israel e Brasil voltem a ser amigos e trabalhem juntos. O Brasil é nosso maior parceiro comercial na América Latina e um país muito admirado por israelenses”, afirmou Cohen. Ele sugeriu que o Brasil aproveite o momento para enviar um novo embaixador a Israel.

Crise diplomática começou em fevereiro
O desgaste na relação começou em fevereiro, quando o presidente Lula comparou ações israelenses em Gaza ao Holocausto. A declaração gerou forte reação do governo de Benjamin Netanyahu, que declarou Lula “persona non grata” e pediu que o então embaixador brasileiro, Frederico Meyer, se desculpasse no Museu do Holocausto. O gesto foi considerado uma afronta pelo governo brasileiro, que convocou Meyer de volta e, em maio, decidiu retirá-lo definitivamente do posto.

Desde então, a diplomacia brasileira em Tel Aviv está sob a responsabilidade de um encarregado de negócios, o que reduz o nível das relações. Com a recente aproximação, Israel espera reverter a situação e fortalecer a parceria com o Brasil.