Em aceno à direita, Trump toma posse da presidência dos EUA
Eleito para seu segundo mandato, o republicano não poupou críticas a Biden e tratou das prioridades de seu governo
Oficialmente presidente dos Estados Unidos, Donald Trump tomou posse do cargo presidencial na última segunda-feira, 20, em uma cerimônia no Capitólio, em Washington D.C. Trump discursou e tratou das prioridades que irão guiar o país no seu segundo e último mandato como presidente dos Estados Unidos – desde 1951, os presidentes podem exercer no máximo dois mandatos, consecutivos ou não.
“A era de ouro dos Estados Unidos começa neste momento”, disse Trump, iniciando seu discurso. O presidente criticou o governo do antecessor Joe Biden, dizendo que o democrata não conseguiu administrar uma “simples crise doméstica” e acumulou eventos “catastróficos” em outros países.
Além disso, o republicano garantiu que o país vai “retomar” a prosperidade. “Os EUA vão retomar o lugar de nação mais grandiosa e próspera, voltaremos a ser respeitados em todo o mundo. Nossa soberania será recuperada, nossa segurança será restaurada. A balança da Justiça será reequilibrada. Seremos prósperos, orgulhosos, fortes e vamos vencer como nunca antes. De hoje em diante, os EUA serão uma nação livre, soberana e independente”.
Trump também abraçou a religiosidade em seu discurso, dizendo que sua vida foi “salva por Deus para tornar a América grande novamente”, citando o seu característico slogan “Maga” (Make America Great Again). “Não vamos esquecer do nosso país. Não vamos esquecer nossa Constituição, e não vamos esquecer nosso Deus”, completou.
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O tom quase que messiânico adotado por Trump não surpreende. A postura do presidente foi firme e com falas direcionadas ao nacionalismo, o protecionismo e as pautas conservadoras, como de costume dos líderes à direita ao redor do mundo. “Minha eleição é um mandato para reverter completamente essas traições horríveis e dar de volta às pessoas a fé, riqueza, democracia e sua liberdade. A partir deste momento, o declínio da América acabou”, afirmou.
Trump também garantiu que irá “encerrar a política do governo de tentar introduzir raça e gênero em todos os aspectos da vida privada americana”. As aspas do republicano ecoaram nos ouvidos de Biden e Kamala Harris no Capitólio, no que foi visto como uma clara alfinetada aos democratas.
Outra pauta que foi defendida pela antiga gestão americana, o Acordo de Paris será abandonado pelo novo governo. Após o juramento, a Casa Branca anunciou que “o presidente Trump vai se retirar do Acordo de Paris”. Ademais, o presidente não hesitou em afirmar que irá “recuperar” o Canal do Panamá. “A China está operando o Canal do Panamá e nós não o demos à China. Demos o canal ao Panamá e vamos recuperá-lo”, afirmando ainda que o “presente idiota que nunca deveria ter sido dado”.
O discurso da posse não fugiu do tom adotado por líderes à direita ao redor do mundo. A rejeição a pautas progressistas e o clamor pelo patriotismo exacerbado é uma característica dos conservadores. Trump seguiu a cartilha que líderes como Javier Milei, presidente da Argentina, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel – ambos presentes na cerimônia – e Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, seguem à risca. (Especial para O Hoje)