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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Momento Político

Zé Délio fala sobre prefeituras em crise e por que Caiado pode ser esperança da direita em 2026

Ao O HOJE, prefeito de Hidrolândia e presidente da AGM abordou temas como a gestão municipal, os desafios financeiros das prefeituras, migração populacional e cenário político nacional e estadual

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 6 de agosto de 2025
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"O Brasil precisa conhecer o método Caiado de administrar, porque ele é municipalista", diz prefeito. Foto: Welder Borges/O HOJE

Bruno Goulart

O prefeito de Hidrolândia e presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Zé Délio (União Brasil), destacou que o planejamento tem sido fundamental para o bom desempenho de sua gestão, mesmo com a intensa agenda à frente da AGM. Ao jornalista Wilson Silvestre, no quadro Momento Político, do O HOJE, nesta terça-feira (5), Zé Délio afirmou: “A política é uma missão e um dom para quem gosta. Eu deixo todas as minhas atividades de lado para dedicar um pouco à política”. 

Segundo o prefeito, mesmo à distância, a equipe mantém o ritmo de entregas. “Toda semana eu entrego uma obra ou um benefício para a comunidade”, disse, ao citar a inauguração recente de um centro de especialidades médicas com mais de oito consultórios e 40 profissionais em diferentes áreas da saúde.

Para enfrentar a crise financeira que afeta os municípios, Zé Délio adotou uma estratégia de fomento à economia local. “Se dependermos somente de recursos de transferência constitucional, não conseguimos manter esse ritmo”, explicou. Com medidas de incentivo ao empreendedorismo e atração de empresas, a arrecadação municipal triplicou em quatro anos e meio de gestão, sem sobrecarregar os contribuintes mais humildes.

Ronaldo Caiado para presidente

Sobre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), Zé Délio foi enfático: “O Brasil precisa conhecer o método Caiado de administrar, porque ele é municipalista”. O prefeito elogiou os programas do governo estadual voltados aos municípios, como recapeamento, habitação e patrulha mecanizada, e destacou a experiência do governador no Congresso como diferencial para uma eventual candidatura presidencial.

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Questionado sobre a polarização política no País, Zé Délio criticou o desgaste das instituições. “Nós chegamos no fundo do poço. As instituições estão descredibilizadas e a política perdeu o crédito com a população”, afirmou. Para o prefeito de Hidrolândia, o Brasil precisa de um líder de centro, focado em pautas municipalistas. “O povo quer saber se o asfalto chegou, se a água está na torneira, não está preocupado com discussões ideológicas”.

Ao comentar o cenário das eleições presidenciais de 2026, o prefeito Zé Délio defendeu a necessidade de união da direita em torno de um nome competitivo. “Se não unir, não vence”, afirmou. Para o presidente da AGM, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), leva vantagem sobre outros possíveis postulantes como Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR), especialmente por sua experiência administrativa e habilidade no debate. “O maior adversário dele é o desconhecimento. A cada evento, ele conquista mais apoiadores”, avaliou. O prefeito também mencionou o histórico de governadores paulistas que abandonam o cargo para disputar a presidência, e apontou que Tarcísio de Freitas (Republicanos) pode romper essa tradição ao permanecer no comando de São Paulo — o que, segundo Zé Délio, abriria espaço para Caiado se consolidar como o nome da direita em 2026.

Daniel Vilela como favorito

Sobre a sucessão estadual, Zé Délio avaliou que o vice-governador Daniel Vilela (MDB) é o candidato com mais chances de vitória. “Ele foi vereador, deputado estadual e federal, conhece a base e tem o apoio do Caiado”. Na visão do prefeito, os concorrentes Wilder Morais (PL) e Marconi Perillo (PSDB) enfrentam limitações: o primeiro por depender do eleitorado bolsonarista, e o segundo pelo desgaste após anos na política.

Fenômeno da migração

Um dos maiores desafios enfrentados por Hidrolândia, segundo Zé Délio, é o crescimento acelerado da população, que saltou de 17 mil habitantes em 2010 para 30 mil em 2022. “A cidade dobrou de tamanho, e tivemos que construir 48 salas de aula em quatro anos, além de ampliar unidades de saúde”, relatou.

O fenômeno da migração, especialmente de trabalhadores do Nordeste em busca de melhores oportunidades, pressiona os serviços públicos. “Não temos casas para alugar, e a demanda por creches e escolas aumenta constantemente”, disse. Para qualificar a mão de obra, a prefeitura firmou parcerias com o Sebrae e criou uma central de empregos em conjunto com o governo estadual.

Situação das prefeituras e papel da AGM

Zé Délio admitiu que as prefeituras enfrentam dificuldades financeiras. “A arrecadação está estável, mas as despesas aumentam diariamente”. Como presidente da AGM, ele trabalha para pressionar o Congresso a aprovar pautas que beneficiem os municípios, como a PEC 66, que trata de precatórios e dívidas previdenciárias. “A AGM não existe para ajudar o prefeito, mas para trazer recursos e soluções que melhorem a vida dos municípios”, afirmou. Entre as conquistas recentes, destacou o aumento de 1% no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em setembro, fruto de negociações anteriores. (Especial para O HOJE)

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