Com voto de Cristiano Zanin, Bolsonaro é condenado por organização criminosa armada
Julgamento da trama golpista chega a 4 a 1 contra o ex-presidente
O Supremo Tribunal Federal concluiu nesta quinta-feira (11) mais uma etapa do julgamento da chamada trama golpista. O ministro Cristiano Zanin foi o último a votar e acompanhou a maioria da Corte, condenando o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
O placar finalizou em 4 votos a 1 contra Bolsonaro. Com a decisão, o tribunal definiu que houve participação do ex-presidente e de outros réus em uma articulação considerada criminosa. O julgamento vinha sendo acompanhado de perto desde o início da semana.
Voto de Cristiano Zanin
Durante a sessão, o ministro Zanin destacou a comprovação das acusações apresentadas na denúncia. “Houve a formação de uma organização criminosa armada integrada pelos acusados que deverão ser condenados pelas circunstâncias fáticas que reputo comprovadas na forma que está descrita na denúncia e que já foi acompanhada aqui pela maioria dos votos”, afirmou.
O ministro ressaltou que o caso envolveu evidências suficientes para caracterizar a tentativa de golpe e a estruturação de um grupo organizado para atuar contra a ordem democrática. Apesar da manifestação firme, Zanin ainda não se pronunciou sobre outros crimes que constam na acusação.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou ações coordenadas por Bolsonaro e aliados para tentar alterar o resultado das eleições de 2022. O julgamento se concentrou na análise desses elementos e na responsabilização dos envolvidos.
Condenação de Bolsonaro e outros réus
Com a decisão, Bolsonaro se junta a outros réus já condenados no mesmo processo. A acusação incluía crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada e incitação ao crime. O tribunal avaliou que as provas reunidas, incluindo mensagens, documentos e depoimentos, confirmaram a participação direta e indireta dos acusados.
A condenação do ex-presidente foi definida por maioria, com quatro ministros acompanhando a tese da PGR. Apenas um voto divergente foi registrado até o encerramento da sessão. O julgamento contou com transmissão ao vivo pela TV Justiça, o que ampliou a visibilidade do caso em todo o país.
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