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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
SAÚDE

Câncer se consolida como a segunda maior causa de morte em Goiás

Levantamento mostra que a doença responde por mais de 15% das mortes no Estado e alerta para o aumento dos casos

Caroline Gonçalvespor Caroline Gonçalves em 4 de outubro de 2025
10 abre Tania Rego ABr
Câncer só perde para doenças do coração em número de mortes no Estado, a maioria dos casos é detectada tardiamente Foto: Tânia Rêgo/ABr

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou um estudo que acende um alerta importante: o câncer já é a segunda principal causa de morte no Estado. Em 2022, a doença foi responsável por 15,3% dos óbitos, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares.

O levantamento analisa dados de 1979 a 2023 e destaca o impacto crescente das chamadas neoplasias malignas na população goiana. Segundo o estudo, fatores como o envelhecimento da população, mudanças no estilo de vida, alimentação inadequada e o sedentarismo contribuem diretamente para esse cenário preocupante.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 25 mil novos casos da doença devem surgir em Goiás entre 2023 e 2025.

De acordo com a secretaria, os tipos de cânceres mais comuns variam entre os sexos. Entre as mulheres, os maiores índices estão relacionados a: mama; pele não melanoma; cólon e reto e colo do útero. Já entre os homens, os principais tipos são: próstata; pele não melanoma; cólon e reto.

Em 2023, foram registrados 9.277 novos casos entre mulheres e 6.922 entre homens. Esses números mostram que o câncer afeta ambos os sexos com força, exigindo políticas específicas para cada público e tipo de tumor.

 

Um dos principais desafios apontados pelo estudo é a demora no diagnóstico e no início do tratamento. Muitos casos são descobertos em estágio avançado, o que dificulta a recuperação e aumenta os riscos.

Apenas 28,28% dos homens e 26,05% das mulheres diagnosticados com câncer em Goiás iniciaram o tratamento no período analisado. Além disso, em muitas fichas médicas, o estágio do tumor é registrado como “ignorado” ou “não aplicável”, o que mostra falhas na coleta e análise de dados.

As regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos são as que mais sofrem com a falta de estrutura e de acesso a exames e tratamentos, o que agrava ainda mais a situação.


O levantamento da SES-GO também apontou uma alta prevalência de fatores de risco entre os goianos, segundo o sistema Vigitel 2022. Os dados mostram que: 13,1% dos adultos fumam;  57,3% têm excesso de peso e 22,8% são obesos.

Apesar de boa parte das mulheres já ter feito mamografia e papanicolau em algum momento da vida, a regularidade dos exames ainda é baixa, principalmente entre as mulheres mais velhas e com menor escolaridade.

O estudo também chama atenção para os casos de cânceres infantojuvenil. Os mais comuns nessa faixa etária são: leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas.

 

A falta de descentralização dos serviços especializados dificulta o acesso ao tratamento em diversas regiões. Enquanto áreas urbanas mais estruturadas conseguem manter os casos sob controle, municípios menores enfrentam dificuldades na identificação precoce e no cuidado adequado.

Robôs no tratamento do câncer de próstata

 

Uma novidade positiva destacada pelo Ministério da Saúde, por meio de portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico Industrial da Saúde (Sectics), incorporou no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a prostatectomia radical assistida por robô para o tratamento de pacientes com câncer de próstata clinicamente avançado.

A cirurgia remove totalmente a próstata e as vesículas seminais, sendo considerada um tratamento curativo. A introdução dessa tecnologia promete mais precisão, menos efeitos colaterais e recuperação mais rápida para os pacientes.

De acordo com a portaria, as áreas técnicas terão o prazo máximo de 180 dias para efetivar a oferta no SUS. Deverá constar também o relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) sobre essa tecnologia.

A Conitec aprovou, em parecer final, a incorporação da prostatectomia radical robótica para pacientes com câncer de próstata clinicamente localizado ou localmente avançado.

“Reconhecemos que há um esforço por parte da equipe técnica em promover equidade no tratamento e assegurar que mais pacientes possam se beneficiar dos melhores cuidados disponíveis”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro.

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