Black Friday concentra golpes virtuais e especialista orienta cuidados antes das compras
Data aumenta movimentação on-line e exige atenção ao verificar sites, ofertas e métodos de pagamento
Com a Black Friday marcada para 29 de novembro, cresce o movimento de consumidores em busca de promoções e, junto com ele, a circulação de tentativas de fraude e golpes. A combinação de ofertas rápidas, links compartilhados e compras por impulso torna o período um dos preferidos para criminosos digitais. Para quem pretende aproveitar a data, o especialista em cibersegurança Eduardo Nery, CEO e sócio-fundador da Every Cybersecurity and GRC Solutions, orienta que a proteção começa antes mesmo de abrir a aba do navegador.
Ele explica que a checagem de autenticidade do site é o primeiro passo. “Desconfie sempre. O primeiro passo é verificar se o site é verdadeiro e se o canal de venda é oficial. Golpistas se aproveitam da pressa e da empolgação dos consumidores para aplicar fraudes. Sempre que possível, use cartões virtuais e evite inserir dados pessoais em links recebidos por e-mail ou redes sociais”, afirma.
Crimes digitais crescem e ampliam preocupação de especialistas
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 aponta 2,2 milhões de casos de estelionato virtual no país — aproximadamente quatro golpes por minuto. No Distrito Federal, o aumento foi de 55% no período analisado. Entre 2018 e 2024, o crescimento acumulado desse tipo de crime chegou a 408%, com média nacional de 1.019,2 registros por 100 mil habitantes somente neste ano.
Para Nery, as mudanças no comportamento dos criminosos acompanham a expansão do comércio eletrônico. “Os crimes deixaram de ser físicos e se tornaram digitais. Hoje, um fraudador pode cometer golpes em qualquer parte do mundo, de forma anônima e remota. Para eles, a Black Friday é um verdadeiro parque de diversões — se o consumidor não estiver atento, a data pode virar uma Black Fraude”, comenta.
A combinação de pressa, descontos chamativos e grande circulação de links compartilhados cria um ambiente propício para ataques. Segundo o especialista, mesmo usuários habituados a comprar pela internet podem ser surpreendidos por páginas falsas, formulários adulterados ou aplicativos que parecem legítimos.

Medidas práticas para reduzir riscos de golpes durante as compras
A lista de recomendações envolve ações simples, mas que podem fazer diferença durante a navegação. Nery destaca que ofertas muito abaixo do preço habitual exigem atenção redobrada. Evitar cliques em links recebidos por redes sociais ou e-mail, buscar sempre os canais oficiais da loja e conferir dados como URL, certificado de segurança e formas de pagamento são medidas essenciais.
Entre as orientações, estão:
desconfiar de promoções exageradas;
evitar links desconhecidos;
ativar o duplo fator de autenticação;
criar senhas com, no mínimo, 14 caracteres;
trocar as senhas periodicamente;
não usar redes Wi-Fi públicas para compras;
optar por cartões virtuais de validade curta;
verificar a legitimidade de sites e lojas antes de fornecer dados pessoais.
Essas ações, segundo o especialista, reduzem a exposição a ataques que buscam capturar informações bancárias ou documentos pessoais. Ele destaca que a segurança depende tanto da tecnologia quanto das escolhas de quem está navegando.
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