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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Estratégia de recuperação

Bolsonarismo deve aliar-se ao Centrão se quiser superar decadência do movimento

Percepção é de que a direita não deve avançar em suas pautas sem a ajuda de partidos como o PP, MDB, Republicanos e União Brasil

Marina Moreirapor Marina Moreira em 26 de novembro de 2025
Centrão
Presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, e ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, são tidos como peças fundamentais para a estratégia de ascensão do bolsonarismo - Créditos: Clauber Cleber Caetano/PR e Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Um dos desafios mais difíceis e de extrema importância para o bolsonarismo é a sua aproximação com o Centrão que, inclusive, encontra-se ameaçada, principalmente após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último sábado (22) à mando do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. De acordo com a atual relação de membros do Centrão com apoiadores de Bolsonaro, a percepção é de que a direita não deve avançar suas pautas sem a ajuda de partidos como o PP, MDB, Republicanos e União Brasil.

O que se sabe é que a falta de posicionamento por parte de Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas e uma das maiores figuras do Centrão, pode acarretar sérias consequências ao bolsonarismo e reforçar ainda mais a perda de força do movimento.

Um dos pontos que podem justificar esse afastamento está relacionado com a prisão preventiva do ex-presidente e o episódio que envolve a violação de sua tornozeleira eletrônica. Esses fatores impulsionam o Centrão a optar por continuar a demonstrar apoio à possível pré-candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ao Palácio do Planalto e com um nome do próprio grupo para ocupar a vaga de vice-presidente.

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Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e um dos nomes mais cotados pelo centrão para disputar o Palácio do Planalto – Créditos: Paulo Pinto/Agência Brasil

Acesse também: Anistia volta ao debate da direita após prisão preventiva de Bolsonaro

Os filhos de Bolsonaro não vêem com bons olhos o depósito de esperança na pré-candidatura de Tarcísio acompanhada do apoio do ex-presidente. Porém, o próprio senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) serviu como estopim para fazer com que o grupo continuasse a pressionar por uma chapa encabeçada pelo governador de São Paulo. Flávio foi peça central na decretação da prisão feita por Moraes, pois acredita-se que a vigília convocada pelo senador era um plano para tornar viável uma possível fuga do pai.

Quebra de expectativa

A visão de integrantes da direita e do Centrão é que a possível chapa planejada por Flávio, com aval do irmão e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pode enfraquecer. Mas percebe-se que, mesmo assim, Flávio, Eduardo e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) continuam com o objetivo de controlar a sucessão eleitoral de Bolsonaro, mesmo sem condições para isso.

Algo que colaborou para o distanciamento entre Centrão e bolsonarismo são as ações negativas que partiram de Carlos e Eduardo ao criticarem governadores que buscavam apoio do ex-presidente para lançar candidaturas presidenciais e não demonstrarem empenho para resolver a situação judicial de Bolsonaro. Também faz-se importante considerar o possível apoio de Bolsonaro a Tarcísio, mas desde que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ocupasse a vaga de vice.

Dessa forma, o ex-presidente tornou explícito o desinteresse na candidatura do republicano juntamente com Ciro Nogueira, um dos maiores desejos do Centrão.

Sem chance de vitória

Também parte-se do princípio de que, se algum dos filhos de Bolsonaro formar alguma chapa, levantamentos apontam que a porcentagem estimada de ganho de votos em todo o processo eleitoral equivale ao que o presidente Lula da Silva (PT) conseguiria alcançar no primeiro turno, o que torna extremamente desfavorável o interesse de alguns dos filhos do ex-presidente em disputar a Presidência da República.

O jornal O HOJE ouviu o analista político e professor aposentado da Universidade Federal de Goiás, Pedro Célio, para compreender o declínio dos movimentos aliados ao ex-presidente. “Do ponto de vista político, o bolsonarismo tem perdido força e se esvaziado por vários fatores que ocorreram nos últimos dias.”

O professor diz acreditar que as movimentações do último sábado (22) em torno de Bolsonaro colaboraram para o enfraquecimento do bolsonarismo. “A divulgação de imagens de Bolsonaro que mostram a tentativa do ex-presidente em romper a tornozeleira e, posteriormente, sua confissão caracterizam, do ponto de vista político e judicial, uma tentativa de viabilização de fuga. Isso piorou muito as condições de Bolsonaro”, pontua Pedro Célio ao O HOJE. (Especial para O HOJE)

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