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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Imposto de Renda

Imposto de Renda zero já tem data para começar – janeiro de 2026

Isenção para salários de até R$ 5 mil entra em vigor em 2026. Lei também estabelece nova alíquota de 10% vale para rendas superiores

Paula Costapor Paula Costa em 27 de novembro de 2025
Imposto de Renda
Um alívio no bolso de milhões está oficialmente garantido. Nova lei beneficia 15 milhões de trabalhadores, ajusta a tributação dos mais ricos e inaugura uma política de maior justiça fiscal no país. Crédito: Diogo Zacarias/MF.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (26) a lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais, medida que deve beneficiar mais de 15 milhões de brasileiros a partir de 2026. A norma, publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (27), também cria descontos para quem ganha até R$ 7.350 e ajusta a cobrança sobre altos rendimentos, sem gerar impacto fiscal.

Com a mudança, brasileiros que perdiam o equivalente a um salário por ano para o IR passarão a manter integralmente esse valor. A reforma ainda contempla outros 5 milhões de contribuintes que terão abatimento parcial no imposto.

Para compensar a renúncia fiscal, o governo afirma que a arrecadação virá de aproximadamente 140 mil brasileiros com renda anual acima de R$ 600 mil, que passarão a pagar alíquota progressiva de até 10% sobre esses ganhos. A proposta, enviada ao Congresso em março e aprovada por unanimidade no Senado em novembro, cumpre uma das principais promessas de campanha de Lula em 2022 – vista com ceticismo por parte do eleitorado e da oposição.

Aprovada pelo Senado em 5 de novembro, a Lei 15.270, de 2025, amplia a política de desoneração iniciada em 2023, quando a isenção alcançava apenas quem recebia até dois salários mínimos. Dos 15 milhões de beneficiados, 10 milhões deixarão completamente de pagar o tributo, enquanto outros 5 milhões terão abatimento no valor devido. As mudanças valerão para a declaração do IRPF de 2027, referente ao ano-base 2026.

A legislação preserva rendimentos que não entram no cálculo da tributação adicional, como ganhos de capital, heranças, doações, rendimentos acumulados, aplicações isentas, poupança, aposentadorias por moléstia grave e indenizações. Também estabelece limites para evitar que a soma dos tributos pagos pela empresa e pelo trabalhador ultrapasse percentuais definidos, garantindo restituição caso ocorra excesso.

Originado no PL 1.087/2025, enviado pelo Executivo em março, o texto foi aprovado por unanimidade na Câmara e no Senado, em novembro. O relator no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), manteve a redação para evitar retorno à Câmara e transferiu suas emendas sobre justiça tributária e compensação fiscal para outro projeto que amplia a cobrança sobre Bets e fintechs, atualmente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que a sanção do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda representa um marco de “justiça tributária” e simboliza o compromisso do Legislativo com um país mais igualitário. Segundo ele, a medida corrige distorções históricas, reduz a carga para milhões de famílias e reforça um sistema no qual quem possui menor renda contribui menos, enquanto os mais ricos assumem maior parcela.

Alcolumbre destacou que a nova legislação não se limita a um ajuste fiscal, mas expressa um pacto político voltado à construção de um futuro com mais dignidade, oportunidades e esperança para a população. Para o senador, a iniciativa demonstra que o Estado está atento às necessidades dos que mais dependem de proteção social e busca consolidar um modelo tributário mais solidário.

O site do Senado publicou nesta quinta, mensagem do presidente Alcolumbre: 

“Justiça tributária não é um conceito distante. É vida real. É o Brasil dizendo que enxerga, respeita e protege quem mais precisa. Hoje celebramos a sanção do PL da Isenção do Imposto de Renda, uma conquista histórica que nasce do diálogo maduro e do compromisso do Congresso Nacional com um país mais justo. A nova lei corrige distorções antigas, leva alívio para milhões de famílias brasileiras e inaugura um sistema tributário mais solidário: quem ganha menos, paga menos; quem ganha mais, contribui mais.
Estamos celebrando mais do que uma lei. Celebramos um pacto: o de construir um futuro em que cada brasileira e cada brasileiro tenha mais dignidade, mais oportunidade e mais esperança. O Brasil quer e pode ser um país mais justo. E estamos trabalhando para isso”.

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