Veja os personagens que marcaram a TV e o streaming em 2025
Vilões, protagonistas e figuras trágicas sustentaram o ano da dramaturgia
Mais do que as tramas em si, foram os personagens que deram identidade à televisão e ao streaming em 2025. Em um ano de produções irregulares, remakes discutíveis e apostas autorais, a força da atuação voltou a ser o principal elemento de permanência na memória do público.
Entre vilãs carismáticas, figuras trágicas, tipos excessivos e protagonistas atravessados por contradições, os personagens dominaram o debate cultural e ajudaram a sustentar obras inteiras — algumas delas apesar de seus próprios limites narrativos.
Personagens que definiram o ano
Lola, de Beleza Fatal, consolidou-se como um dos personagens mais comentados do ano. Ambiciosa, exagerada e moralmente corrosiva, a vilã interpretada por Camila Pitanga transformou a novela em fenômeno de memes e reafirmou o poder da vilania suburbana na cultura pop.

No remake de Vale Tudo, Odete Roitman voltou ao centro da cena. A nova leitura da personagem apostou em ironia e perversidade, construindo uma Odete própria, que se impôs como um dos personagens mais simbólicos do ano, apesar das críticas ao projeto.

Arduíno, de Guerreiros do Sol, representou o retrato mais brutal de 2025. O personagem concentrou violência, autoritarismo e fanatismo em uma figura que expôs relações familiares marcadas por dominação e crueldade, tornando-se um dos personagens mais perturbadores da temporada.

A série Tremembé trouxe Suzane, Sandrão e Cristian Cravinhos como personagens construídos a partir da provocação. A abordagem deslocou o foco do crime para comportamento, sexualidade e espetáculo, o que gerou controvérsia e ampla repercussão.

Novelas sustentadas por seus personagens
Em Três Graças, Gerluce, Arminda e dona Josefa formaram um trio de personagens que sustentou a narrativa com humor, exagero e ruptura de expectativas, deslocando o eixo tradicional da mocinha passiva.
Já Dona de Mim encontrou sua força em dona Rosa, personagem que trouxe o envelhecimento e o Alzheimer para o centro da trama, transformando o cotidiano em matéria dramática e emocional.
Fernando, de Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente, representou um dos personagens mais sensíveis do ano ao retratar a chegada da Aids nos anos 1980 a partir da intimidade, da amizade e da sobrevivência.
Mesmo em uma novela amplamente criticada como Mania de Você, o perturbado Mavi conseguiu se impor. O personagem concentrou as melhores cenas e diálogos da trama, reforçando a ideia de que certos personagens sobrevivem às próprias obras.
Ao final de 2025, a dramaturgia brasileira reafirmou uma de suas leis históricas: histórias passam, formatos mudam, mas são os personagens — excessivos, contraditórios ou inesquecíveis — que definem o que permanece na memória do público.
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