Queimadas chegam mais cedo e aumentam em 45%

Incêndios em áreas urbanas prejudicam saúde e poluem a cidade. Multas podem ser aplicadas em casos de flagrantes

Postado em: 12-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Incêndios em áreas urbanas prejudicam saúde e poluem a cidade. Multas podem ser aplicadas em casos de flagrantes

RHUDY CRYSTHIAN

Próximo ao início da fase mais seca do ano, as queimadas começam a se tornar um problema recorrente em Goiânia. Com a umidade relativa do ar próxima aos 20%, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o pior ainda está por vir. Porém, a fase realmente crítica é considerada agosto e setembro, meses em que o calor intenso, somado às baixas taxas de umidade e ventos fortes pode transformar qualquer foco em um cenário de incêndio preocupante. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, só nesse mês de maio foram registrados 32 focos de incêndio em vegetação no Estado, sejam em áreas urbanas ou rurais. E o mês ainda nem chegou na metade. Em todo mês de maio do ano passado o total de focos foi de 22 casos. Um aumento de 45%. Em abril foram só dois casos. O que mostra que a virada do mês é realmente um marco para os casos de incêndio. 

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O capitão subcoordenador regional da Operação Cerrado Vivo do Corpo de Bombeiros, Região Metropolitana, Ciro Martins da Silva, comenta que com o término das chuvas e a elevação do calor, os focos de incêndio normalmente começam a aumentar. Mas ele destaca que a vegetação ainda não está totalmente seca e inflamável e que o pior ainda está por vir. 

Para a moradora do setor Residencial Monte Carlo, Carolina Rocha Taes, o pior já chegou. Ela reclama que nesse mês, a incidência de focos de queimadas na região aumentou muito. São registrados uma média de duas queimadas por semana no bairro onde mora. “A casa fica imunda. A gente acaba de limpar e no outro dia tem que dar faxina novamente”, reclama. 

A região conta com setores considerados novos e ainda pouco habitados. Carolina acredita que o fato de ter muitos lotes desocupados aumenta as chances de queimadas. “Acredito que uma pessoa que coloca fogo em uma área residencial é um irresponsável e infeliz que prejudica a vida de toda uma vizinhança”, reclama. 

Para a funcionária pública Núbia Cristina de Paula, moradora do Bairro Cardoso em Aparecida de Goiânia, a situação é a mesma. A casa fica imunda cheia de fuligem, é difícil respirar, os olhos ardem, entre outros problemas. “Tem tido muitas queimadas na região, é complicado porque o povo não respeita. Tenho alergias e para mim é ainda mais difícil”, destaca. Para piorar, Núbia conta que em casa tem uma pessoa idosa que sente muito mais os efeitos das queimadas. 

Campanha

O Corpo de Bombeiros planeja iniciar campanhas educativas em escolas, associações de bairros e parques para conscientizar a população quanto aos riscos de queimadas nas áreas urbanas. Segundo o capitão Ciro, os parques municipais e estaduais irão receber uma atenção especial esse ano. “É impossível afirmar que não haverá incêndios em parques, mas trabalhamos para acabar com o incêndio o mais rápido possível, evitando assim danos maiores ao meio ambiente e à população”, garante. 

Segundo ele, a vegetação rasteira e seca, característica do Cerrado, propicia a incidência de queimadas. “Um simples foco pode virar um grande problema”, comenta. Além das campanhas, os bombeiros realizam aceiros para isolar a área em chamas para que o fogo não se espalhe, bem como incêndios controlados para evitar que queimadas maiores tomem toda a área de vegetação.  

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