Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Pessoas com mobilidade reduzida podem descer pela frente do ônibus

Projeto aprovado ainda esbarra em dificuldades com controle e espaço para esses usuários

Postado em: 22-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Pessoas com mobilidade reduzida podem descer pela frente do ônibus
Projeto aprovado ainda esbarra em dificuldades com controle e espaço para esses usuários

Bruna Policena

A Câmara Municipal derrubou o veto do Prefeito Paulo Garcia para medida que propõe impedir que usuários com algum tipo de dificuldade de acessibilidade ou locomoção possam pagar sua passagem, mas permanecer na parte da frente do ônibus, e descer pela porta de embarque. Com 18 votos, revogaram o veto do prefeito, e em nota oficial do site do órgão, aprovaram essa medida por ser uma política pública de grande alcance social, mesmo sendo inconstitucional.

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A medida defende que esses usuários, quando embarcarem em horários de pico, não precisem atravessar o ônibus lotado quando chegar ao seu ponto de parada. A lei não trata de isentar o pagamento de passagens, nem demanda algum investimento por parte das empresas, o que não trás nenhum prejuízo financeiro. Também não é possível acatar a demanda de todos os usuários, pois é evidente que não cabem todos na parte da frente do ônibus, e ainda sim receber os outros passageiros que precisam passar ali para ter acesso aos assentos.

Dificuldades 

No entanto, é preciso levar em conta também as barreiras que o sistema de transporte público tem para atender com qualidade esse usuário. Para atender a essa medida, o motorista precisará ser o responsável por monitorar o pagamento e giro da catraca. A demanda de usuários com pouca mobilidade é grande, e se todos ficarem na parte da frente no ônibus, que possui apenas um assento prioritário, o grande fluxo de pessoas que entram pela porta e precisam passar pela catraca causará tumulto.

Muitos usuários que entram no ônibus e ainda não têm a passagem em mãos, também se utilizam deste espaço de embarque para esperar a parada mais próxima ou comprar seu bilhete no terminal. Dentro no ônibus há uma parte de assentos dedicados à idosos, gestantes, pessoas com sobrepeso e deficientes físicos. Então a medida seria apenas uma gentileza com o usuário, para que este não precise se sujeitar a situações de risco quando o ônibus estiver muito cheio.

Usuários

A aposentada Anaura Maria, de 67 anos, utiliza com frequência o transporte público para realizar seus afazeres e compromissos. Anaura tem Parkinson e por já estar em um estágio avançado da doença, tem dificuldades de equilíbrio e de se movimentar com rapidez. Ela explica que na maioria das vezes tenta sair em horários mais tranquilos, que não tenha muito fluxo, e que na maioria das vezes, consegue sentar nos bancos destinados aos idosos.

Mas em horários de pico, a aposentada diz que é muito difícil entrar no ônibus já lotado e atravessá-lo para poder descer no seu ponto de parada. E por diversas vezes pediu para o motorista que a deixasse ficar sentada na parte da frente, para descer pela porta de embarque e evitar a travessia. Não é sempre que os motoristas reagem bem, afirma ela.  Até porque não é só ela que fica antes da catraca. Os usuários vão se acomodando e acumulando, até que fique quase que impossível a entrada dos outros passageiros.

 

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