Ocupação de UTIs cresce em Goiás e 9 hospitais já atingem lotação máxima

Apesar dos dados oscilares com rapidez, números chamam atenção devido às flexibilizações e a confirmações de casos da variante Delta no Estado

Postado em: 28-07-2021 às 08h33
Por: João Paulo
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Apesar dos dados oscilares com rapidez, números chamam atenção devido às flexibilizações e a confirmações de casos da variante Delta no Estado | Foto: Jota Eurípedes

Nove hospitais públicos atingiram 100% da capacidade máxima de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Goiás na tarde da última terça-feira (27), segundo dados extraídos do painel da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Ainda de acordo com a pasta, sete hospitais estão próximos de atingirem a sua ocupação máxima, ou seja, acima dos 90%. E 13 unidades encontram-se com a ocupação acima de 70%. Mesmo sendo dados que oscilam a todo momento, ele deve ser observado e levado em consideração devido às flexibilizações que ocorreram nas últimas semanas e nos quatro diagnósticos positivos de casos provocados pela variante Delta, tida como a mais transmissível entre as que estão em circulação. 

Os hospitais que estão com a ocupação máxima de UTI são: Hospital de Urgência de Anápolis (Huana), Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Aniar Auad (HDT), Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital Estadual de Jaraguá Sandino de Amorim (Heja), Hospital das Clínicas Dr. Serafim de Carvalho, em Jataí, Hospital Municipal Dr. Evaristo Vilela Machado, em Mineiros, Hospital Regional de São Luís de Montes Belos Dr. Geraldo Lando e Hospital de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin). 

Até a tarde da última terça (27), o Estado contava com 84,21% de ocupação nas UTIs. Goiás conta com 1330 leitos voltados exclusivamente para combate ao novo coronavírus, entre hospitais públicos e privados, e, desse total, 1120 pacientes estão internados sob suspeita ou já confirmados para o novo coronavírus. A situação é um pouco melhor nos leitos de enfermaria, onde a ocupação está abaixo dos 50%. Dos 2.206 leitos, 1.086 estão ocupados por pessoas em tratamento contra a doença. 

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O mesmo dado traz que diminuiu a quantidade de pessoas internadas de um dia para outro: Nas UTIs de Goiás, na última segunda-feira (26), eram 1260 pessoas hospitalizadas e, na terça, o número reduziu para 874. Também houve diminuição nos números de pessoas internadas nas enfermaria em 24 horas, que passou de 1.146 para 901. Porém, mesmo com a aparente redução, várias vagas já são preenchidas rapidamente, de acordo com a demanda de pessoas doentes que vão aparecendo. 

Casos

Até o momento, Goiás conta com 731.348 confirmados desde o início da pandemia. A incidência da doença em território goiano está em 10.415 casos a cada 100 mil habitantes. Ainda há 546.327 casos suspeitos que estão sendo investigados e 299.008 foram descartados. A boa notícia é que 697.365 se recuperaram da doença. 

Segundo a SES, as mulheres são as mais infectadas pelo novo coronavírus, totalizando 388.604 casos, ou seja, 53,16% dos casos. Os homens representam os demais 46,84% dos infectados, ou 342.353 confirmações. 

Atualmente, a faixa etária de pessoas que mais estão infectadas é entre 30 a 39 anos, que conta com 167.219 confirmação. Em seguida, vem a faixa etária de 20 a 29 anos, com 144.974 positivados; 40 a 49 anos, com 141.395 casos; 50 a 59 anos, com 101.627. A faixa etária com o menor registro de casos é os idosos acima dos 80 anos, que compõem 13.836 casos. É possível notar que há uma crescente na quantidade no número de pessoas contaminadas que têm menos de 10 anos. Nessa faixa etária são 23.571 casos confirmados. 

Mortes 

A Covid-19 já tirou a vida de 20.556 casos até o momento. Até o momento, a mortalidade pela doença atinge 292 pessoas a cada 100 mil goianos. Com isso, a letalidade da doença é de 2,81%. Até o momento, a SES investiga 369 óbitos suspeitos que podem ter sido provocados pelo novo coronavírus e descartaram 95 mortes como se fossem provocadas pela doença. 

Ao contrário do que retratado nos casos, as mulheres são as que menos morreram pela Covid-19 em Goiás, sendo 8.822 óbitos registrados, ou seja, 42,92% dos registrados. Os homens são a maioria das vítimas fatais, representando 57,08% das mortes notificadas, ou 11.734 goianos que perderam a vida para o Sars-CoV-2. 

Em relação à faixa etária de mortos, 4.794 mortes foram registradas em idosos entre 60 a 69 anos. Em segundo lugar, estão os idosos entre 70 a 79 anos, com 4.492 mortes; acima de 80 anos conta com 3.801 óbitos, seguido por pessoas de 50 a 59 anos, com 3.745 mortes. A faixa etária com menor confirmações de mortes causadas pela Covid-19 é entre 10 a 14 anos, com 13 vítimas fatais. 

Prefeitura liberou funcionamento de comércios e bares 

Recentemente, a Prefeitura de Goiânia liberou os comerciantes e os proprietários de bares de Goiânia a funcionar das 8h às 18 horas – o horário comercial antigos.Os bares, por sua vez, voltaram a funcionar até às 3 horas da manhã. Porém, ainda há a exigência do cumprimento de protocolos sanitários.

Segundo Eduardo Gomes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), todas as medidas de segurança deverão ser cumpridas “ainda de maneira mais intensificada”. “A gente recebeu uma boa notícia ao saber que os casos estão se estabilizando, mas isso não significa que a gente tem que relaxar. Pelo contrário, os cuidados e a vacinação têm que avançar para que a gente não retorne para novas restrições”, explicou.

Voltar ao horário antigo, de acordo com Eduardo, representa uma volta gradual à normalidade. “Isso mostra o início de uma quase normalização que deixa os empresários com uma boa expectativa de crescimento, com novas contratações de funcionários e aumento das vendas. Tudo isso devolve a nossa esperança”, alega. 

O último decreto, que está em vigência desde o último dia 29 de junho, trazia que os comércios poderiam funcionar das 9h às 17 horas. “Além disso, [com a volta do horário antigo] os empresários podem ter um convívio melhor com os seus colaboradores. E isso contribui para que não haja aglomerações no comércio, tendo em vista que os consumidores poderão se organizar para fazer suas compras dentro de sua rotina. Ou seja, isso melhora alguns cenários que estavam sendo notados em alguns comércios”, reforçou. 

Para evitar que as pessoas relaxem com os protocolos de segurança, Eduardo explica quais as medidas que estão sendo tomadas. “Semanalmente, o Sindilojas está lançando campanhas de conscientização para mostrar ao empresário e a população que a gente tem que aprender a se cuidar para conviver com a doença. Somos à favor da vacinação, que dá uma segurança ao cidadão”, ressaltou.

O presidente afirma que o segmento conseguiu estabelecer boas vendas esse ano se comparado com o ano passado e que as próximas datas também trazem boas expectativas. O mesmo sentimento é compartilhado pelo presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO ), Valdir Ribeiro. 
“As expectativas com as datas comemorativas são sempre boas para o comércio. É o Dia dos Pais, das Crianças e do Natal. Elas sempre impulsionam as vendas.Um exemplo disso foi o Dia das Mães,que no ano passado se chocou com o fechamento dos comércios e nesse ano muitas pessoas se anteciparam em comprar os presentes e houve um bom resultado”, destacou. (Especial para O Hoje)

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