Maioria das bacias hidrográficas tem a qualidade ruim ou péssima

Pesquisa apontou que 85% das bacias hidrográficas existentes no Estado não possuem boas qualidades

Postado em: 10-05-2017 às 09h10
Por: Sheyla Sousa
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Pesquisa apontou que 85% das bacias hidrográficas existentes no Estado não possuem boas qualidades

Caio Marx 

Pesquisa mostra que 85% das bacias hidrográficas existentes em Goiás tem a qualidade ruim ou péssima, revela pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Foram analisadas 126 bacias de 122 municípios goianos. A Grande Goiânia e a cidade de Goiás são os municípios com o estado mais críticos. Os dados foram apresentados na tese de doutorado da professora e engenheira ambiental Karla Cruvinel. 

Para chegar ao resultado, foram usados quatro parâmetros como qualidade da água, perda de solo, porcentagem de vegetação nativa e o Índice de Desempenho dos Municípios Goianos (IDM), criado pelo Instituto Mauro Borges (IMB) para avaliar o contexto socioeconômico das cidades goianas. 

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O trabalho partiu da análise de amostras de água retiradas dos mananciais e fornecidas pela Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). Além disso, também foram usadas imagens de satélites das unidades estudadas. A partir delas, foi criada o Índice de Qualidade Ambiental de Bacias (IQAB), que avalia as áreas.

Segundo a engenheira, é importante ressaltar que, apesar dos resultados, a água que é fornecida para a população está dentro do que é previsto pelos órgãos competentes e que não há motivo para alerta nesse sentido.

Pastagens e indústrias

Durante a análise, a pesquisadora verificou que várias bacias estão danificadas por fatores externos, como áreas de pasto e indústrias de mineração instaladas nas Áreas de Preservação Ambiental (APP). Isso prejudica o solo e causa problemas graves.

A quantidade de vegetação nativa preservada pesou de forma substancial para o resultado obtido. Um exemplo claro foi percebido nas bacias da Região Metropolitana da capital. De acordo com Karla, vários pontos tiveram as nascentes e entorno dos rios danificados com a ação do homem para o desenvolvimento urbano. Esse ponto está diretamente relacionado ao desenvolvimento sócioeconômico da região, outro parâmetro utilizado.

Na cidade de Goiás o resultado também foi considerado ruim, pois parte da área do manancial foi toda ocupada pela criação de gado. Esse pisoteamento compacta o solo e impede a infiltração da água. Além disso, os próprios atributos naturais da região não são favoráveis, pois o terreno é cheio de irregularidades.

Bons exemplos

No ranking elaborado na pesquisa, a bacia hidrográfica do manancial que abastece Pirenópolis ocupa a primeira posição. O fator preponderante para o resultado foi a qualidade da água, que alcançou um índice de 0,64% em que 1% é considerado ideal, além do alto grau de preservação natural da região.

De acordo com Karla, esta bacia tem 76% de vegetação nativa bastante preservada, e quando se refere à perda de solo, foram levados em conta também atributos naturais, que o homem não interfere, como cachoeiras e parques. Isso favorece para a preservação. Este conjunto traz uma perda muito pequena e resulta em uma água de boa qualidade.

Outros dois municípios que tiveram índices satisfatórios foram Teresina de Goiás e Cavalcante, ambos na região norte de Goiás. As localidades têm territórios no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e boa parte de sua mata natural preservada, além de fatores naturais que favorecem a qualidade da bacia.

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