Goiânia registra mais de 900% de aumento nos casos de dengue segundo Secretaria Municipal de Saúde

Município já registra 2.508 casos prováveis da doença em 2022; 213 denúncias já foram feitas somente em janeiro

Postado em: 03-02-2022 às 08h23
Por: Maiara Dal Bosco
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Município já registra 2.508 casos prováveis de dengue em 2022; 213 denúncias já foram feitas somente em janeiro | Foto: Reprodução

Em 2022, Goiânia já registrou aumento de mais de 900% nos casos de dengue se comparado ao mesmo período de 2021, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Ao todo, os 2.508 casos prováveis da doença, representam um aumento de 924,2% a mais do que o registrado na terceira semana do ano passado. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Goiânia tem 2 óbitos suspeitos em decorrência da doença neste ano, dos 7 totais do Estado.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o último Boletim Epidemiológico divulgado pela SMS aponta que em 2021, até a semana (SE) 52, foram registrados 11.492 casos prováveis da doença no município. Em comparação com o ano de 2020, houve uma redução de 16,3% de casos prováveis registrados no mesmo período. Contudo, no ano de 2021 e 2022, desde a SE 38, notou-se um aumento gradativo de casos, sendo que em três semanas do ano de 2020 (48, 49 e 51), e a primeira e segunda semana de 2022 os casos ultrapassaram o limite superior, indicando picos epidêmicos, com tendência de manutenção de epidemia em 2022.

Agora, o município de Goiânia encontra-se na Fase II do Plano de Contingência das arboviroses, ou seja, “a incidência de casos permanece em ascensão por mais de 4 semanas consecutivas e com transmissão sustentada, ultrapassou o limite superior na SE 1 e aumento de casos graves e óbitos”. 

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Sintomas e tratamento  

Para alertar sobre a prevenção dessas enfermidades, que podem levar à morte em casos mais graves, o infectologista Marcus Vinicius Mario Miranda, membro da plataforma, membro da plataforma Doctoralia, explica sobre os sintomas e os tratamentos da doença. Segundo ele, é importante ficar atento aos sintomas que podem variar nos adultos e nas crianças. “Nos adultos é bem comum a ocorrência de febre alta (entre 39 e 40 graus) associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares e nas articulações, bem como atrás dos olhos, vermelhidão no corpo e coceira. Nas crianças a febre alta pode vir acompanhada de apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia”, alerta.

O médico infectologista destaca ainda que não há tratamento específico contra os vírus que causam essas três doenças. “A ingestão de muito líquido é fundamental para a recuperação do corpo e evitar a desidratação. Utilizamos também medicações sintomáticas contra a febre, dores e vômitos devendo ser evitado o uso de medicamentos como ácido acetilsalicílico e de anti-inflamatório, por interferirem no processo de coagulação do sangue”, explica Marcus Vinicius.

Denúncia

Os goianienses também podem denunciar à Prefeitura locais com criadores do mosquito Aedes aegypti, no aplicativo “Goiânia contra o Aedes”, criado por meio de uma parceria da Prefeitura Municipal com o Ministério Público de Goiás (MP-GO). O aplicativo, que visa auxiliar o combate à dengue, permite que a população, mediante filmagem ou fotografia e pelo envio de localização, encaminhe denúncia para a Vigilância Epidemiológica. 

A ferramenta pode ser baixada de forma gratuita e para realizar a denúncia não é necessário se identificar, apenas sinalizar o endereço ou mesmo clicar no mapa e enviar as respectivas fotos ou vídeos referentes à denúncia. Além disso, a população também pode realizar denúncias pelos telefones 156 e (62) 3524-3131. 

O diretor de Vigilância em Zoonoses, Murilo Reis, destaca a importância de cada um fazer a sua parte no combate ao mosquito. “Não adianta se a pessoa sai por aí fazendo fotos e vídeos, fazendo as denúncias se ela não olha como está a situação na sua residência. Sabemos que a maioria dos focos está em quintais e dentro das casas”, afirma. 

Segundo a pasta, somente em 2022 o aplicativo já recebeu 213 denúncias de criadouros do mosquito. Em janeiro do ano passado, as denúncias não passaram de 128.

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