Corte orçamentário de 14,5% compromete R$ 10,8 milhões da UFG
“A situação é grave e põe em risco real o pleno funcionamento da UFG, que já sofre com a falta de recursos para manutenção de seus prédios e laboratórios”, afirma nota da instituição
Em mais um corte orçamentário, a Universidade Federal de Goiás (UFG) pode parar de funcionar após reajuste de 14,5% do Governo Federal. A universidade divulgou uma nota de repúdio sobre o assunto. Segundo a nota, o bloqueio de recursos coloca a instituição em risco. “A UFG, com este corte, perde 10,8 milhões de custeio e investimento e mais 4,8 milhões da verba do PNAES, que financia a assistência estudantil”, diz a publicação do Instagram.
“A situação é grave e põe em risco real o pleno funcionamento da UFG, que já sofre com a falta de recursos para manutenção de seus prédios e laboratórios, para garantir o pagamento dos contratos e despesas cotidianas, por causa da redução sucessiva de orçamento desde 2016”, concluiu.
A instituição de ensino explica que, devido ao retorno das aulas presenciais, os campus necessitam mais atenção. “Fato que requer mais investimentos e cuidados com a manutenção dos espaços físicos, com a segurança, a limpeza, a iluminação dos ambientes, e com a saúde, garantindo, em especial, o cumprimento dos protocolos de biossegurança decorrentes da pandemia por COVID-19”, ressalta.
R$ 13 milhões
Não é a primeira vez que a UFG vem a público contestar os bloqueios de verba do governo federal. Em maio de 2021, o Ministério da Educação (MEC) retirou cerca de R$13 milhões de verba das universidades federais do país. O custo mensal para a manutenção do local é de R$7 milhões, com o corte adicional de 18% estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021.
Ainda em 2021, o então reitor da UFG, Edward Madureira, e a professora da instituição, Maria Margarida, foram à Câmara Municipal de Goiânia criticar os cortes de verbas das universidades federais pelo governo.
IFG
O Instituto Federal de Goiás (IFG) também se manifestou a respeito do corte. Segundo a instituição, a ação compromete o funcionamento das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), uma vez que impossibilita honrar os compromissos assumidos e as atividades planejadas, o que torna incerta a conclusão do ano letivo.
O IFG pontua que, com o bloqueio, as IFES perdem recurso de custeio e de investimento em suas unidades, além de parte considerável do fundo do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que financia diversas ações para a permanência e para a melhoria do desempenho acadêmico dos estudantes em situação de vulnerabilidade econômica e social.
“A situação é grave e põe em risco real o pleno funcionamento das IFES, que desde 2016 vêm sofrendo reduções sucessivas de recursos destinados à manutenção de seus prédios e laboratórios, ao pagamento dos contratos de prestações de serviços e comprometendo o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação”, afirma.
Além disso, alerta que a redução acontece no momento em que há o retorno pleno das atividades presenciais, fato que requer mais investimentos e cuidados com a manutenção dos espaços físicos, com a segurança, a limpeza, a iluminação dos ambientes e com a saúde. “Garantindo, em especial, o cumprimento dos protocolos de biossegurança decorrentes da pandemia por COVID-19 e que são essenciais para a proteção dos servidores, dos estudantes e demais frequentadores dos espaços das instituições”, informa.
Para o IFG, o bloqueio de recursos para a educação é injustificável e ignora o papel estratégico que as universidades e institutos federais cumprem para o desenvolvimento do país, para a formação de recursos humanos e para o suporte em projetos e ações de elevada demanda social.