Mercado de trabalho aquece e desemprego reduz para 9,4%

O setor de serviços foi o que obteve melhor desempenho na Capital, com saldo de 3.824 postos de trabalho

Postado em: 27-06-2022 às 07h49
Por: Daniell Alves
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O setor de serviços foi o que obteve melhor desempenho na Capital, com saldo de 3.824 postos de trabalho | Foto: Reprodução

O desemprego no país registrou o menor patamar desde 2015, cerca de 9%. Em relação ao mesmo mês de 2021, o recuo da desocupação foi de 4,9 pontos percentuais, aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento aponta para a retomada do mercado de trabalho brasileiro se intensificou ao longo dos últimos meses. 

Goiânia é o município do Estado que mais gerou empregos em 2022, com saldo de 16.072 novos postos de trabalho, revela o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mês de abril, foi registrada abertura de 4.798 vagas, e o município obteve a melhor variação positiva entre as capitais do Centro-Oeste, com 1,01%.

O setor de serviços foi o que obteve melhor desempenho, com saldo de 3.824 postos de trabalho. A construção civil está na segunda posição, com 941 vagas, seguida do comércio, com 734. A indústria obteve a quarta posição, com 62 novos trabalhadores, enquanto a agropecuária registrou leve retração, com a perda de 91 vagas.

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Efetivado recentemente, o jovem Pedro Henrique de Castro, 20 anos, comemora a conquista. Atualmente, ele trabalha em uma distribuidora de medicamentos durante a semana de carteira assinada. Já aos fins de semana, ele faz bicos para completar a renda. “A renda aumentou, mas não podemos deixar de trabalhar para conseguir pagar todas as despesas”, revela. 

No ranking das cidades goianas mais bem colocadas, a segunda colocação está com Aparecida de Goiânia, que gerou 3.461 vagas de trabalho, seguida de Anápolis, com 2.639. Rio Verde figura na quarta posição, com 1.187 novos trabalhadores empregados, e Águas Lindas encerra a lista, com 370.

O economista Everaldo Leite, especialista na área de Economia e Políticas Públicas, explica que o desemprego é bastante negativo para a economia e que a informalidade é uma alternativa para gerar renda. “Quanto mais pessoas desempregadas, menos renda disponível há para haver consumo. As pessoas que trabalham informalmente atuam em alguma função e obtêm renda, que, consequentemente retorna para o mercado”, afirma Everaldo.

Sétima menor taxa

Em todo o Estado, foi registrada taxa de desemprego de 8,9% no primeiro trimestre de 2022, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e colocam o Estado com a sétima menor taxa de desemprego do Brasil. Na comparação dos três primeiros meses do ano com igual período de 2021 (13,9%), houve queda de quatro pontos percentuais, o que corresponde a um recuo de 36%.

Os indicadores do primeiro trimestre de 2022 mostram cenário de estabilidade em relação ao último trimestre de 2021, quando o Estado alcançou taxa de 8,7%. De acordo com o IBGE, a população desocupada no Estado, em números absolutos, foi estimada em 343 mil pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (505 mil pessoas), houve redução de 162 mil pessoas desocupadas.

Para o titular da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel Sant’Anna disse que os números sobre desemprego, medidos pelo IBGE, guardam simetria com os indicadores do Caged, que mostram avanço nos empregos com carteira assinada. “Por um lado, temos crescimento dos empregos formais, com carteira assinada. Por outro temos queda nos indicadores de desemprego. Temos em Goiás ajuste nos gastos, investimentos em áreas essenciais, equilíbrio das contas públicas”, pontua o secretário. 

Centro-Oeste

O recorte regional do IBGE mostra que, apesar do recuo generalizado do desemprego, este foi mais intenso nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, cujas taxas de desocupação caíram 4,3 e 4,2 pontos percentuais respectivamente, entre os primeiros trimestres de 2021 e 2022. As taxas passaram de 12,8% para 8,5% no Centro-oeste e de 15,3% para 11,1% no Sudeste. 

A população ocupada em abril chegou a 97,8 milhões de trabalhadores. Esse é o maior patamar apurado desde o início da Pnad Contínua, em 2012. Na comparação com o mesmo período de 2021, a população ocupada registrou alta de 10,8%, enquanto na série livre de sazonalidade o montante foi 2,1% maior que o registrado em março.  

“Essa expansão da população ocupada vem gerando melhora na proporção de ocupados em relação ao total da população em idade ativa (PIA), que registrou 57,1% em abril, o melhor resultado desde fevereiro de 2014.  O efeito positivo do bom desempenho da ocupação sobre a redução do desemprego poderia ser ainda maior se não fosse o aumento da taxa de participação, impulsionada por um crescimento maior da força de trabalho. A força de trabalho avançou 3,7% entre janeiro e abril, alcançando 109,1 milhões de pessoas, o maior contingente já apurado pela pesquisa”, informa a pesquisa.

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