Quinta-feira, 28 de março de 2024

Pedágio começará a ser cobrado em mais sete cidades goianas

Desde abril deste ano, os condutores que passam pela BR-153 pagam mais caro pelo valor do pedágio

Postado em: 12-09-2022 às 09h03
Por: Daniell Alves
Imagem Ilustrando a Notícia: Pedágio começará a ser cobrado em mais sete cidades goianas
No último mês, o governador sancionou uma Lei que eliminou a possibilidade de concessão e cobrança de pedágios nas rodovias estaduais | Foto: Reprodução

A partir do próximo mês, o pedágio começa a ser cobrado nas cidades de Porangatu, Estrela do Norte, Campinorte, Hidrolina, Jaraguá, Santa Rita do Novo Destino e Corumbá de Goiás. De acordo com a concessionária Ecovias do Araguaia, os valores a serem cobrados estão em análise pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e serão divulgados pela concessionária assim que forem definidos.

Apesar das edificações das praças já estarem finalizadas, a concessionária informou que ainda passa por processo de ajustes para colocar em operação. Sobre os radares de velocidade, a Ecovias pontuou que o contrato de concessão firmado com o governo federal, em outubro de 2021, prevê a instalação de 80 dispositivos fixos de controle de velocidade ao longo dos 851 km de vias. Na BR-153, serão 61 dispositivos; 15 na BR-414 e quatro na BR-080.

Sem data definida para o começo da fiscalização, os equipamentos serão implantados até o mês de outubro. De um modo geral, a Ecovias venceu o processo de licitação em 2021 ao propor um preço de R$ 10,12 a cada 100 quilômetros (km) de rodovia, o que daria um custo total de cerca de R$60 para se locomover de Anápolis até Aliança do Tocantins (TO) pela BR-153 sentido norte. 

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Contudo, houve deságio na licitação (proposta menor que o preço padrão) e foi necessário cálculo da agência federal para cada praça de cobrança de pedágio. Outras 11 cidades de Goiás têm praças de pedágios em concessões de rodovias federais. Quatro municípios também possuem local de cobrança na BR-153 em Goianápolis (R$ 5,10 para automóveis), Itumbiara (R$ 9,00) e Piracanjuba e Professor Jamil (R$ 7,40), que dividem uma mesma praça. Estas são de responsabilidade da Triunfo Concebra. 

A empresa também atua na praça de Alexânia, da BR-060 (R$6,90). Também existem três praças de pedágios na BR-364, da concessionária Ecovias do Cerrado, nos municípios de Paranaiguara, Aparecida de Rio Doce e Jataí, todos no valor de R$ 5,20 para os automóveis de passeio. Em Cristalina, o motorista dos carros comuns pagam R$ 5,80 ao trafegarem pela BR-040, sob responsabilidade da Via040. Já na BR-050, nas cidades de Ipameri (R$ 6,90) e Campo Alegre (R$7,40), são cobrados pedágios pela ECO050.

Foto: Divulgação

Aumento

Desde abril deste ano, os condutores que passam pela BR-153 começaram a pagar mais caro no valor do pedágio. A empresa Triunfo Concebra anunciou aumento tarifário sob os pedágios em Goiás. A maior tarifa anunciada passou a valer R$ 9 no trecho da BR-153, em Itumbiara, para automóveis, caminhonetes e furgões. Já na via referente a Professor Jamil, o valor cobrado será de R$ 7,40. 

Uma mulher, que prefere não se identificar, avalia que não há investimentos nas rodovias, mesmo com o aumento do pedágio. Ela cita a má qualidade do asfalto. “Se pagamos o pedágio para uma via melhor, está longe disso. Quando o ônibus estragou na BR-153, não tivemos assistência devida”, relata. 

A condutora vai a Brasília uma vez na semana. “Esse aumento é péssimo, pois pesa no meu orçamento, já que não recebo nenhuma ajuda do governo para ir trabalhar. Fica pesado porque o combustível está muito caro, fora o custo do pedágio. Pago cerca de R$ 40 por mês, às vezes até mais quando tenho que ir mais de uma vez por semana”, explica.  

Pedágio em rodovias goianas

No último mês, o governador Ronaldo Caiado sancionou a lei nº 21.549 que eliminou a possibilidade de concessão e cobrança de pedágios nas rodovias estaduais em Goiás. Proposta pelo Poder Legislativo, a matéria revogou a lei nº 19.999, de 2018, que permitia a terceirização do serviço de manutenção e instalação de praças de pedágio em rodovias goianas. 

Na avaliação do governador, não há viabilidade técnica para manter a previsão legal de privatização de rodovias em Goiás e também não é necessário onerar o cidadão que trafega pelas estradas goianas, porque é possível mantê-las em boas condições com recursos do Tesouro Estadual. Para a recuperação e manutenção da malha rodoviária estadual, foram investidos R$ 2,02 bilhões entre 2019 e 2022.

A lei revogada previa pedágio nos seguintes trechos: GO-010, de Goiânia ao entroncamento GO-330; GO-020/330, entre Goiânia, Cristianópolis, Pires do Rio e Catalão; GO-060, na região de São Luís de Montes Belos, Iporá e Piranhas; GO-070, entre Goiânia e cidade de Goiás; GO-080, de Goiânia até São Francisco de Goiás, no entroncamento BR-153; GO-213, de Morrinhos a Caldas Novas.

“A revogação representa o sentimento do governador, que é refratário ao sistema de tarifação e tem buscado sempre soluções alternativas para investir na infraestrutura rodoviária”, declarou o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales.

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