Estados prorrogam campanha de vacinação contra poliomielite após baixa procura por imunizante

Dentre eles, Goiás realizou o segundo "Dia D" para aumentar a visibilidade e incentivar os pais para levarem as crianças vacinarem, neste sábado (8/10).

Postado em: 09-10-2022 às 10h32
Por: Victória Vieira
Imagem Ilustrando a Notícia: Estados prorrogam campanha de vacinação contra poliomielite após baixa procura por imunizante
Atualmente, a meta é de 95% crianças vacinadas contra a poliomielite | Foto: Reprodução/Clovis Neto/FotoArena

A cobertura vacinal contra a poliomielite continua sendo divulgada a todo vapor. Onze estados e o Distrito Federal prorrogaram a campanha de vacinação contra a doença. Dentre eles, Goiás realizou o segundo “Dia D” para aumentar a visibilidade e incentivar os pais para levarem as crianças vacinarem, neste sábado (8/10).

A doença havia sido erradicada no Brasil e tem preocupado os profissionais da saúde justamente pela baixa procura do imunizante e os números que estão começando a surgir. A contaminação mais comum ocorre pelo contato oral com objetos e alimentos mal lavados e água contaminada por fezes de pessoas infectadas. Além disso, existe o risco através do ar, ou seja, as gotículas que ficam suspensas quando tossimos ou espirramos.

“Eu nasci durante a Segunda Guerra Mundial. Cresci no Brás, um bairro operário, cheio de fábricas. Naquela época, não havia mãe, pai ou avó que não morresse de medo da poliomielite. Bastava a criança ter febre e ficar meio largadinha para apavorar a família inteira”, relembra o Dr. Drauzio Varella.

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“O quadro inicial da pólio parecia uma gripe forte: febre, dor de garganta, náuseas, diarreia, vômitos. Um ou outro desenvolvia um quadro de meningite. Mas um em cada 200 ou mais infectados pelo vírus perdia a força nos músculos, não conseguia mais movimentar as pernas, os braços. Podia morrer quando eram envolvidos os músculos da respiração. Daí veio o nome: paralisia infantil”, informou.

Junto com Goiás, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a campanha para imunização também foi prorrogada. Atualmente, a meta é de 95% de crianças vacinadas contra a poliomielite. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 63% das crianças de 1 a 5 anos estão protegidas.

O infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, explica que essas doenças só foram eliminadas porque as crianças foram vacinadas no tempo correto, por isso é preciso que elas vacinem para não correr o risco do vírus retornar.

“As vacinas se mostraram as medidas, ou a medida, mais eficaz, segura e barata para controle de doenças”, alegou.

Ana Rosa foi infectada com a doença há cinco décadas atrás. Ela conta que perdeu os movimentos dos membros por causa da poliomielite. Ao todo, foram 13 cirurgias para conseguir andar, um aparelho ortopédico e agora utiliza a cadeira de rodas.

“A vacina da pólio não dói, não tem nenhum tipo de reação, então não dá para a gente entender, nós que somos sequelados da poliomielite, entender os pais não terem essa motivação de levarem os seus filhos para vacinar”, refletiu.

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