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domingo, 22 de dezembro de 2024
Absolvição

Assassino de Luana Alves foi absolvido por caso de estupro em 2017 após vítima não ser encontrada

Apesar da vítima ter prestado depoimento na época, o homem ainda foi absolvido

Postado em 8 de dezembro de 2022 por Ana Bárbara Quêtto

O ajudante de pedreiro Reidimar Silva Santos, que confessou ter matado a jovem Luana Marcelo Alves, de 12 anos, já foi absolvido de uma acusação de estupro contra uma adolescente de 15 anos, em 2017, também no Setor Madre Germana II, em Goiânia. 

Embora a vítima houvesse prestado depoimento à polícia contra Reidimar e perícias reforçassem a acusação contra ele, o homem foi absolvido, uma vez que a adolescente não foi encontrada e, por isso, não pode ser notificada, para participar do julgamento.

Conforme o processo, o qual o jornal O Popular teve acesso, o juiz acatou o pedido da Defensoria Pública do Estado de Goiás, que cuidava da defesa do suspeito, devido a falta do depoimento da vítima e da mãe dela. À época, Reidimar tinha 24 anos. Atualmente ele tem 31.

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A Polícia Civil indiciou o homem, assim como o Ministério Público de Goiás, o denunciou pelo estupro cometido contra a jovem de 15 anos. No dia 18 de janeiro de 2015, ele teria abordado a garota quando ela voltava de uma distribuidora de bebidas a pé com amigas.

O suspeito, que estava com uma bicicleta, teria usado uma faca para obrigá-la a ter relações sexuais com ele uma casa abandonada na rua em que a vítima morava.

Absolvição

A sentença, que absolveu Reidimar, cita mais de uma vez que a ausência da vítima na audiência judicial atrapalhou a decisão do juiz João Divino Moreira Silvério Sousa. “As provas constantes nos autos não infundem certeza para o decreto condenatório em desfavor do acusado”, escreveu o juiz.

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“Assim, diante da fragilidade das provas carreadas para o feito, a absolvição do acusado se impõe, vez que, em caso de dúvidas sobre a existência do crime, há de se decidir a favor do acusado”, complementou.

Versões da história

Em depoimento para a PCGO, a adolescente contou que foi agredida pelo ajudante, chegou a desmaiar e, também, ele teria a ameaçado de morte diversas vezes. Ela conta que, em determinado momento, o servente parecia estar sob efeito de drogas.

Ainda durante seu depoimento, a jovem contou que Reidimar fugiu ao ouvi-la gritar, pois vizinhos foram para a rua, assustados. No entanto, ela permaneceu no interior da casa, pois estava em choque.

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Dessa forma, o assediador teria voltado ao local para pegar o celular, fato que a fez correr para fora da casa ainda nua e novamente gritando por socorro. Neste momento, os moradores apareceram novamente e imobilizaram Reidimar, mas o soltaram após ele alegar que a jovem estava drogada e que a relação sexual havia sido consentida.

Segundo Reidimar, em seu depoimento, ambos estavam sob efeito de álcool e drogas naquela noite. Além disso os dois estariam na mesma distribuidora, porém, na hora de irem embora, caminharam juntos pela rua, momento em que ela o teria chamado para a casa abandonada, de acordo com ele.

Luana Alves

Anos depois da absolvição, o homem foi preso em 29 de novembro de 2022 pela morte e estupro de Luana Marcelo Alves, de 12 anos. O corpo de Luana, que desapareceu após ir a uma padaria no setor Madre Germana 2, foi encontrado na manhã do dia 29 de novembro.

Investigação promovida pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) levou até o suspeito, Reidimar Silva, morador da região e que foi filmado circulando de carro pelas redondezas em horário próximo ao do desaparecimento. Ele foi preso e confessou o crime.

Durante a confissão à polícia, Reidimar contou que mentiu para a menina, dizendo que estava devendo dinheiro aos pais dela, e pediu que ela entrasse no carro para ir até a casa deles. No entanto, ele a levou para própria residência, que alugou a cerca de oito dias no mesmo.

Além disso, também revelou que tentou estuprá-la antes do homicídio. Ela resistiu e, diante da negativa, o suspeito a enforcou até a morte. Depois ele ainda tentou queimar o corpo e o enterrou no quintal da casa.

No carro de Reidimar foram encontrados diversos fracos de cocaína. Ele foi encaminhado ao Instituto de Criminalística para retirar material genético. Segundo a delegada Caroline Borges Braga, responsável pelo caso, o suspeito deverá responder pelos crimes de estupro de vulnerável tentado, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Somadas, as penas podem passar de 30 anos de prisão.

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