Passageiros enfrentam sol e chuva na região metropolitana

Além da falta de infraestrutura, quem depende do transporte público aponta ainda para ausência de manutenção

Postado em: 09-03-2023 às 07h58
Por: Anna Letícia Azevedo
Imagem Ilustrando a Notícia: Passageiros enfrentam sol e chuva na região metropolitana
Na rodovia dos Romeiros, que liga Goiânia a Trindade, diversos locais onde deveriam haver os pontos de proteção e espera para os passageiros, não contam com nenhuma sinalização | Foto: Raphael Bezerra

A vida de quem precisa utilizar o transporte coletivo na Região Metropolitana é recheada de desafios que antecedem a entrada do ônibus e sucedem a viagem. Em Goiânia, a reclamação sobre o estado de conservação de pontos de ônibus e até a ausência deles é comum entre os passageiros. Gabriela Diniz, estudante e copyright, explica que todos os dias precisa esperar o transporte coletivo em locais onde deveriam, mas não tem estrutura de pontos de ônibus. “Além de não ter lugar de espera e nem sinalização, é super perigoso, porque os pontos são em uma BR”.

Ela se refere ao trecho da BR-060 no Setor Parque Oeste, em que não há pontos de ônibus, sinalização ou faixas de pedestres para serem utilizadas. “Já quase fui atropelada uma vez porque o ônibus estava vindo, eu precisava atravessar e os carros não paravam”, completa.

Além do Setor Parque Oeste, outros bairros menos movimentados também apresentam essa ausência na disponibilidade de pontos de ônibus. Ademais, nessa lista estão a rua 89 no setor Sul, Avenida Esperança na Vila Itatiaia, Rua Comendador Negrão de Lima no setor Negrão de Lima e avenida Cotovia no setor Santa Genoveva, Avenida Castelo Branco, Rodovia dos Romeiros, entre outros locais da cidade que exigem a instalação de pontos de ônibus para uso dos populares de Goiânia.

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Outro pedido que a população goiana expõe é a manutenção dos pontos de ônibus. Em diversos setores encontram-se estruturas que apresentam um risco para quem precisa utilizá-las ou apenas está passando por ali, como o que aconteceu com Wellington Oliveira. 

Até a estrutura do Terminal da Praça da Bíblia apresenta a necessidade de revisão. “Quando chove o local expõe as inúmeras goteiras presentes no teto”, explicou Vitória, estudante, que diariamente precisa passar pelo local. Dessa forma, pontuando sobre os inconvenientes causados pela ausência de ação pública. 

Ademais, esta escassez ilustra os entraves impostos à rotina exaustiva da população. Dessa forma, a população fica exposta a sol e chuvas, colocando a prova a dignidade de quem precisa chegar no emprego, escola ou cumprir com seus compromissos.

Fatalidade causada por ausência de manutenção 

Wellington Oliveira, de 27 anos, morreu após ser esmagado por um ponto de ônibus de concreto na manhã da última quarta-feira (08/03) em Aparecida de Goiânia. 

Ontem, Wellington Oliveira estava indo tomar café, de acordo com testemunhas. No instante em que saiu do carro, o ponto de concreto caiu e atingiu ele. O incidente ocorreu no Setor Jardim das Cascatas, em Aparecida de Goiânia. O jovem trabalhava para uma empresa de engenharia que presta serviço para a prefeitura do município. 

Ainda houve a tentativa de levantar a estrutura que esmagava o homem por parte das pessoas que estavam próximas ao local. De acordo com populares de Aparecida, a estrutura do ponto de ônibus estava danificada e a prefeitura já havia sido avisada. 

Em relação ao que causou a queda da estrutura, ainda não houve esclarecimentos. A prefeitura de Aparecida não respondeu a respeito do conhecimento de que a estrutura estava danificada nem a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC).

Responsabilidade

Em nota, a Prefeitura de Aparecida lamentou a fatalidade e se solidarizou com a família e informou que “o sistema de transporte coletivo na Região Metropolitana é de responsabilidade e operado pelo Consórcio Rede Mob sob fiscalização da CMTC. Esclarece ainda que esse tipo de abrigo de concreto não foi instalado pela prefeitura”. 

Além disso, afirmou que a “Defesa Civil de Aparecida de Goiânia vai inspecionar os pontos de ônibus da cidade no sentido de identificar as condições estruturais desses locais e solicitar aos responsáveis a interdição, manutenção ou substituição dos mesmos para garantir a segurança da população”.

Porém o CMTC, esclareceu por meio da divulgação de documento que a manutenção dos pontos de ônibus na cidade de Aparecida de Goiânia, são responsabilidade da prefeitura. “Resolução 084/2018, da CMTC, dispõe que manutenção, realocação e instalação dos pontos de ônibus são de responsabilidade das prefeituras”.

A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, completou dizendo que “iniciou avaliação minuciosa de todos os abrigos da Região Metropolitana para cobrar e ajudar as prefeituras a solucionar os problemas estruturais dos equipamentos”. Nesse sentido, a prefeitura de Aparecida e a CMTC demonstram discordância em relação à responsabilidade sobre a manutenção dos pontos de ônibus no município.

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