O Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo

Apesar de ocorrer em um mês do ano, a iniciativa ressalta que a saúde mental e emocional têm importância todos os dias

Postado em: 10-09-2023 às 08h00
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: O Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo
Em 2023, o lema do Setembro Amarelo é “Se precisar, peça ajuda!” - Foto: iStock

O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que haja mais de 1 milhão de casos em todo o mundo. A estimativa considera, inclusive, os episódios subnotificados, que não possuem registros. No Brasil, quase 14 mil pessoas cometem suicídio por ano, ou seja, são 38 casos por dia. 

Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo. Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”. Apesar de ocorrer em apenas um mês do ano, a iniciativa sempre reforça que esse problema de saúde pública deve ser tratado com importância todos os dias. A grande maioria dos casos estão relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente.

Por isso, o acesso ao tratamento psicológico e psiquiátrico é de extrema importância, principalmente no período pós-pandemia. A OMS aponta que a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% nos últimos 3 anos. De acordo com a psicóloga Nadia Santana, o Setembro Amarelo serve justamente para ressaltar o quão essencial é a terapia e transmitir essa informação para o máximo de pessoas possíveis.

Continua após a publicidade

Setembro Amarelo

“A campanha de Setembro Amarelo é importante porque quando a gente fala no suicídio a gente fala no ápice do sofrimento mental. Então, a pessoa que comete suicídio ela tem um sofrimento muito intenso e uma doença emocional no mínimo. Ou um transtorno mental pra chegar nisso. Então, quando a gente fala do setembro amarelo, a gente está falando na verdade de prevenção. De promoção da saúde mental. E isso é muito importante”, afirmou Nadia Santana em entrevista exclusiva ao O Hoje.

Conforme a especialista em saúde mental explicou, um dos objetivos da campanha é ampliar a escuta das pessoas e a atenção ao outro. “Julgamos antes de escutar e já classificamos o outro como um desajustado, problemático. Então, escutar com empatia faz total diferença. Ouvir a pessoa, atentar-se ao outro, ver o que a gente pode contribuir para a saúde mental. Podemos desenvolver essa escuta, antes de julgar; essa decisão de ouvir o próximo pode ajudar a salvar vidas”, enfatiza.

Segundo a psicóloga, hoje em dia a saúde mental está muito mais valorizada e reconhecida, com menos preconceito. “Hoje as pessoas conhecem mais sobre os transtornos emocionais, sobre os sofrimentos e as pessoas estão mais abertas a buscar tratamento psicológico e psiquiátrico. Isso é muito positivo. Então, se há um aumento das doenças mentais, há um aumento também do acesso a tratamentos. Por isso que é preciso a gente falar cada vez mais”, destaca.

Portanto, a informação é muito importante. “Às vezes, a pessoa tem uma doença mental ou tem um familiar que tenha, mas não sabe distinguir se aquilo é uma doença mental ou se não é. Então, quanto mais informação a gente dá sobre como as doenças mentais surgem e quais são os sintomas, melhor. É importantíssimo dar o máximo de ferramentas sobre saúde emocional para as pessoas aplicarem na própria vida e aplicarem nas relações tanto pessoais quanto profissionais”, conclui Nadia Santana.

Veja Também