A 50 dias do Enem, estudantes goianos se preparam para as provas

Faltando 50 dias para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes começam a apresentar sinais de cansaço e tendem a perder a motivação, o que pode lhes custar o bom desempenho. Por essa razão, preparar-se para este exame vai além de saber os conteúdos e escrever uma boa redação: é preciso manter um ritmo adequado de estudo e um cuidado com a saúde mental, emocional e física.

Quase 4 milhões de estudantes farão o Enem 2023, nos dias 5 e 12 de novembro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Além de ser requisito para o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), o Programa Universidade Para Todos (Prouni) e o Financiamento Estudantil (Fies), o exame ainda é utilizado como critério de seleção para diversas universidades públicas e privadas, o que faz dele o maior vestibular do país. 

No Centro Estadual em Período Integral (Cepi) Juvenal José Pedroso, na região leste da capital, os alunos começam a etapa de preparação em janeiro, que veio se intensificando e agora continua relembrando temas, conteúdos e possíveis assuntos de redação. O Kayo Roberto de Almeida Leão, de 17 anos, pretende buscar uma vaga de medicina, e além da carga horária de nove horas de estudo na escola estadual, se dedica durante mais 01h30 em casa.

“Se preparar é de extrema importância, porque é isso que vai decidir o meu futuro, e o que eu quero para ele. Eu tento principalmente manter a tranquilidade, mas é claro que aquela ansiedade bate às vezes. Mas aqui na escola, nossos professores e orientadores nós ajudam e sempre tiram dúvidas, apresentam novos temas de uma possível redação, e reforçam questões de vestibulares dos anos anteriores”, conta o aluno do Cepi Juvenal José Pedroso.

Já Victor Hugo Paixão Barbosa, de 17 anos, almeja uma vaga em Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Goiás (UFG). Além da carga horária escolar, dedica duas horas aos finais de semana para revisar os conteúdos. “Nossos professores ajudam a revisar algumas coisas, e querendo ou não, a gente tem que acabar correndo atrás de outras. Minha técnica é deixar algumas atividades que eles entregaram para eu usar como revisões atuais. Também aproveito do próprio ENEM do ano passado e vou revisando em cima da avaliação”, explica o estudante. 

Dentro do ensino da rede particular, o Colégio Integrado sempre procura passar calma e confiança durante a preparação dos estudantes. Em anos anteriores, Adriel Eloy, de 17 anos, não teve o mesmo empenho que está tendo agora, pois percebeu que essa é a fase que definirá o início de uma nova etapa da sua vida. “Eu separo por matérias, pela minha área que pretendo entra, no caso o direito, e como sei que preciso de humanas, estudo conteúdos voltados para humanas e redação”, exemplifica.

São longas horas de estudo na escola, e as segundas-feiras o estudante afirma passar o dia na instituição dedicando-se a revisão. “Também estipulo horários, sendo duas horas e meia de estudo por dia. Nesse intervalo costumo fazer um lanche e volto. Essa é uma frequência durante a semana inteira, inclusive nos sábados, só descanso nos domingos, pois acredito que ter um momento para refrescar a cabeça é essencial”, revela Adriel. 

Quando fez o exame como treineira, os resultados da Mariana Martins, de 17 anos, foram bons, mesmo assim, está se esforçando e preparada para os dois intensos dias de avaliação, com objetivo de ter excelentes resultados no Enem. “Deixo o fim de semana para descansar, porque eu acho que é um ótimo equilíbrio nesta reta final. No colégio também temos horários à tarde, ficando nas monitorias, sala de estudos e aulas especiais de redação. Sigo direitinho os horários, quando eu estou aqui e em casa também”, conta.

A grande barreira da Vitória Cruz, de 17 anos, é sua ansiedade. Mesmo se esforçando e focando nos estudos, sempre fica nervosa na hora das provas. Mas ela quer superar o cansaço e a ansiedade para entrar no curso superior de Medicina Veterinária. “Minha técnica é focar muito em questão, principalmente nessa reta final estou resolvendo muita prova antiga do Enem e focando nas minhas áreas de peso. Na minha opinião, o problema não é o conteúdo, é como você lidar com a divisão de tempo para responder todas as questões durante a prova”, falar a jovem. 

Calma

Depois de estudar a grande maioria dos temas possíveis, a reta final de preparação para o Enem 2021 deve ser utilizada para revisar pare dos conteúdos e garantir que você dominou aqueles temas mais complexos e que tinha dificuldade. Esta revisão é importante também para você ganhar confiança e perceber que a sua dedicação ao longo do ano está fazendo efeito.

Mesmo podendo enquadrar este tópico na seção anterior, a redação no Enem merece um destaque mais que especial. Afinal, a redação será responsável por 20% da sua nota final do exame e, para uma parcela significativa de universidades que participam do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a redação terá um peso ainda maior. Portanto, não deixe de conferir os principais tópicos para desenvolver uma boa redação no Enem, e fique de olho nas possibilidades de temas para a redação postadas aqui, no InfoEnem.

Diretor de um colégio particular de Goiânia, o professor Felipe Kiolo se preocupa com a pressão que os estudantes podem sofrem às vésperas do Exame, como é o caso de faltarem 50 dias. “É importante manter os estudos, mas intercalar também com atividades físicas com atividades que deixem eles com um bem-estar nesta época”, destaca o educador. 

Para ele, é preciso finalizar os conteúdos de maneira calma e tranquila, sem deixar, contudo, de “inserir além da revisão estratégias de prova e começar a se acostumar a resolver a prova, porque a partir de agora mais do que ter os blocos isolados de conteúdos é importante que o aluno comece a se organizar sobre como vou responder a 40 perguntas de natureza, como organizar”. 

Ele também destaca que é possível usar provas anteriores como exemplo, colocar num tempo parecido, seja no final de semana, seja num contraturno para dimensionar o tempo com os estudantes. “Para que os alunos se acostumem com o ritmo”, sugere o diretor.