Professora da UFG ganha reconhecimento com nova patente recebida

A professora de química Tatiana Duque observa o método no dispositivo que fez a sua patente

Postado em: 10-02-2024 às 09h00
Por: Redação
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De acordo com ela, o sucesso da pesquisa veio de perceber o avanço da progressão e do desenvolvimento científico no País | Foto: Reprodução

Existia apenas uma palavra que a professora de química da Universidade Federal de Goiás (UFG) Tatiana Duque poderia expressar ao receber finalmente a sua patente de uma invenção química em agosto de 2023, era o sentimento de “realização”. 

Em 2019, a pesquisadora solicitou o registro ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) da pesquisa sobre o método de sensoriamento preciso e acessível de oxigênio dissolvido em fluidos. “A gente descobriu que quando usamos um composto químico que desenvolvemos conseguimos checar a quantidade de oxigênio (O²) em vários tipos de líquidos, desde sangue à água comum, e que pode funcionar em quase qualquer dispositivo com essa capacidade como um espectrômetro”, diz a pesquisadora. 

O motivo do registro, para ela, foi por causa da pouca quantidade de máquinas de sensoriamento disponíveis aos pesquisadores pelo seu alto custo, além da incompatibilidade de certas configurações entre ela, em essência, Tatiana acabara de descobrir uma “gambiarra” química. “Achamos importante divulgar essa descoberta devido aos poucos espectrômetros disponíveis nas instituições públicas e de diferentes marcas e configurações,. Isso torna o nosso trabalho científico mais acessível”, diz a professora. 

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De acordo com ela, o sucesso da pesquisa veio de perceber o avanço da progressão e do desenvolvimento científico no País. Infelizmente, o Brasil tem muitos nomes de inventores não reconhecidos internacionalmente e nem pela nossa população, mas que de alguma forma mudaram e melhoraram o jeito de como vivemos hoje em dia. Há exemplos como Nélio Nicolai, inventor do sistema de reconhecimento de chamadas telefônicas, e Francisco Canho, inventor do chuveiro elétrico.

E pode ser dito que parte do reconhecimento já está se tornando real, à reportagem foi divulgado uma parceria para o uso do método de sondagem entre a universidade e uma indústria de alimentos brasileiras com nome não revelado. Contudo, Tatiana fala que o seu método pode ser usado em outras áreas como a saúde para a sondagem do O² no sangue ou em outros fluidos corporais. 

Com isso em mente, Tatiana diz que tem esperança que um dia possa ser lembrada ao lado das pegadas dos gigantes científicos da nação, que possa dizer ter feito a diferença, mesmo que seja reconhecida por poucos. “É algo muito importante para uma pesquisadora e professora que nem eu mostrar para a sociedade brasileira que podemos fazer a diferença, que a ciência seja algo que vale a pena investir”.

E não foi só Tatiana que ganhou este reconhecimento, outros cinco pesquisadores da UFG de diferentes escolas acadêmicas também podem falar que inventaram algo, e ter um documento que prove isso. Por causa disso, o ano de 2023 foi reconhecido como o recorde histórico de patentes concedidas simultaneamente para a faculdade e os seus pesquisadores. Além disso, outros 22 novos pedidos de registro de patentes foram enviados ao Inpi pela universidade.

Para o Professor Marinaldo Divino, Diretor de Transferência e Inovação Tecnológica da UFG, uma patente ser concedida pode significar um problema de ordem social a menos. “Uma patente representa mais que um simples produto, pois todas elas buscam contribuir com soluções de demandas identificadas apresentadas pela sociedade, setor produtivo ou mesmo pela academia”, diz o especialista. 

Ao todo, a faculdade goiana alberga hoje 130 patentes de origem dos pesquisadores da instituição, contudo, ainda são poucos projetos que conseguem ser reconhecidos internacionalmente pelas universidades públicas, muito pelo alto custo da manutenção das marcas. “As patentes podem se tornar reconhecidas conforme seu impacto, e parte delas tem o potencial. Contudo, ainda são poucas as marcas que têm a oportunidade para serem exploradas fora do país, pois é preciso um depósito monetário internacional delas”. 

Com isso, resta apenas a constatação analítica de qual impacto o projeto da goiana Tatiana terá fruto, e se poderá romper a difícil barreira internacional que até o nome de Santos Dumont de vez em quando não consegue ultrapassar.

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