Após denúncia de maus tratos, MP visita clínica de recuperação de Aparecida

Em visita, a clínica psiquiátrica foi interditada pela Polícia Civil e Vigilância Sanitária

Postado em: 30-01-2019 às 17h30
Por: Guilherme Araújo
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Em visita, a clínica psiquiátrica foi interditada pela Polícia Civil e Vigilância Sanitária

Da Redação

O Ministério Público de Goiás, em parceria com órgãos de fiscalização, realizou vistoria na manhã desta terça-feira (29) na Clínica Restaurar, entidade de tratamento de dependentes químicos situada em Aparecida de Goiânia. A inspeção conjunta, coordenada pelo promotor Reuder Cavalcante Motta, da 4ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, reuniu representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia, Medicina, Nutrição, Enfermagem, Polícia Civil, Vigilância Sanitária e Conselho Tutelar, tendo em vista que, entre os internos estão também adolescentes.

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Conforme esclarecido pelo promotor, a vistoria foi organizada a partir de mobilização feita pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP), o qual recebeu denúncia de que os internos, alguns mantidos de forma involuntária, são submetidos a situações de violência e com contato restrito com familiares. Foram apontadas ainda irregularidades em relação a profissionais de saúde que trabalham na clínica e quanto à precariedade da infraestrutura e da nutrição ofertada aos pacientes, assim como de segurança contra incêndio.

Na vistoria, em razão da consistência de algumas dessas denúncias, a clínica psiquiátrica foi interditada pela Polícia Civil e Vigilância Sanitária. A delegada regional Cybelle Tristão aponta que foram encontrados no local um alvará falso, além de receitas em branco assinadas por um médico psiquiatra. 

A superintendente da Vigilância Sanitária em Saúde de Aparecida de Goiânia, Vânia Cristina Rodrigues, acrescentou que foram detectadas diversas inconformidades sanitárias, como insalubridade da cozinha, dos banheiros, inadequação na armazenagem de alimentos, além de medicamentos vencidos e em local que não possui condições de adequada acomodação e temperatura. 

Foram detectados ainda indícios da ocorrência de crime ambiental, tendo em vista que existe no local uma fossa que possivelmente lança dejetos líquidos em uma nascente. Cerca de 60 pacientes foram retirados do estabelecimento e encaminhados para outras unidades.  

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