Livro orienta sobre uso consciente de celulares para pais e filhos

Obra 'Ah, se Graham Bell falasse!', de Viviane Viana promove reflexão sobre equilíbrio entre tecnologia e interação humana em tempos de excesso de telas

Postado em: 26-04-2024 às 12h14
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: Livro orienta sobre uso consciente de celulares para pais e filhos
Viviane Viana revela que a inspiração para o livro surgiu de observações do cotidiano, onde crianças são absorvidas por telas de celulares em detrimento da interação social. | Foto: Divulgação

Na era digital, onde smartphones se tornaram parte integrante do cotidiano, surge um desafio crescente para pais e educadores: como garantir que as crianças usem a tecnologia de forma equilibrada e saudável? Para abordar essa questão de maneira lúdica e educativa, a escritora Viviane Viana lançou o livro ‘Ah, se Graham Bell falasse!’.

Inspirada por observações do cotidiano e experiências pessoais, Viana traz à tona a importância de um uso consciente dos celulares, especialmente para crianças. Em uma entrevista ao Essência, a autora compartilhou suas motivações e perspectivas sobre a obra.

Viviane revela que a inspiração para o livro surgiu de situações comuns, como a observação de crianças em restaurantes totalmente absortos em telas de celulares, negligenciando a interação social. No entanto, o momento que a levou a iniciar a escrita foi testemunhar uma mãe utilizando alto volume de chamadas de vídeo na sala de espera da terapia, perturbando não só o ambiente, mas também o próprio filho.

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“A inspiração, digamos, nasceu das observações do entorno. E o pontapé foi dado a partir de uma situação concreta que experimentei”, compartilha. “Nos restaurantes, sempre me intrigam as mesas onde há crianças que não conversam, que não interagem entre si. Elas ficam vidradas na tela do celular até a comida chegar. Mas o dia D, ou seja, o dia em que cheguei em casa e comecei a despejar a ideia no papel foi quando levei meu filho à terapia”.

Ao discutir sobre como os pais podem lidar com o uso de smartphones de forma mais eficaz, a autora destaca a importância dos combinados familiares. “Sou uma entusiasta dos combinados. O combinado, conforme o nome sugere, deve ser conversado e acertado entre as partes, de modo a fazer sentido para os integrantes do respectivo núcleo familiar”, afirma.

Ela ressalta a variedade de abordagens possíveis, desde estabelecer dias sem telas até limites diários para uso de redes sociais. No entanto, enfatiza a necessidade de que tais acordos sejam respeitados por todos os membros da família, incluindo os adultos. “A principal mensagem é que os smartphones sejam utilizados com moderação e respeito ao próximo. É aquela velha história: o nosso direito termina onde começa o do outro”, destaca.

Ao equilibrar a abordagem lúdica com a educação, Viviane espera que tanto crianças quanto pais se divirtam com as situações apresentadas no livro e encontrem estratégias para lidar com o uso excessivo de celulares de forma leve e descontraída.

Por meio de uma narrativa envolvente e educativa, Viana convida pais e filhos a repensarem suas relações com os smartphones, promovendo um uso mais consciente e equilibrado da tecnologia.

“Se queremos formar sujeitos críticos e autônomos, conforme propagamos, é fundamental a reflexão sobre essas questões desde a tenra idade, para que as crianças e os adolescentes tenham recursos para impor, eles mesmos, limites à tecnologia. O que se almeja, no meu sentir, é fornecer elementos, instrumentos, que subsidiem o discernimento. Nesse cenário, o papel da literatura é absolutamente essencial para ampliar nossos repertórios, aumentar nossa capacidade empática e compreender um ponto de vista diferente do nosso. A literatura chacoalha ideias pré-concebidas e apresenta novas perspectivas sobre as vivências. Precisamos dar mais atenção à literatura infantil e estimular o hábito da leitura nas crianças. Por que fazemos tanta questão de ensinar nossos filhos a andar de bicicleta e não nos empenhamos na mesma medida em ensiná-los a abrir um livro com alegria?”, destaca a autora.

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