O novo diretor da Globo e sua política conservadora
Cortes são feitos em todas as novelas da emissora
Por: Ana Beatriz Santiago
Amauri Soares assumiu o cargo de diretor dos Estúdios Globo em março de 2023, substituindo Ricardo Waddington, e tem sido responsável por diversas mudanças na abordagem da emissora, especialmente quando se trata de diversidade e tramas LGBTQ+.
De acordo com a colunista Carla Bittencourt, do Notícias da TV, ele tomou a decisão de cortar cenas do casal Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) na novela Vai na Fé, assim como o romance entre Menah (Camilla Damião) e Mara (Renata Gaspar) em Terra e Paixão. Essas medidas foram tomadas com o objetivo de não afastar o público conservador. Além disso, Amauri planeja incluir uma trama de “cura gay” na novela Amor Perfeito.
Todas essas decisões foram aprovadas pelo diretor-presidente, Paulo Marinho, embora sejam vistas por muitos como censura nos bastidores da emissora. Amauri não é bem visto pelos seus colegas de trabalho e recebeu o apelido de “bispa” em referência a Edir Macedo, proprietário da Record. Recentemente, a Globo vinha demonstrando um maior compromisso com a diversidade, inclusive criando um departamento dedicado a essa temática.
Para o novo diretor, é mais importante manter o público que já acompanha a TV aberta do que atrair os espectadores mais jovens. No caso de “Vai na Fé”, que possui protagonistas evangélicos, Amauri afirma não querer entrar em conflito com o público conservador que acompanha as novelas bíblicas, evitando assim possíveis controvérsias.
O maior corte ocorreu na novela das seis “Amor Perfeito”, onde o personagem Érico (interpretado por Carmo Dalla Vecchia), que teve um caso com outro homem, foi completamente vetado e agora irá se apaixonar por Verônica (Ana Cecília Costa), sua secretária.
Em comunicado oficial, a Globo declarou que “Toda novela está sujeita a ajustes, uma rotina que atende às estratégias de programação ou artísticas. Isso, inclusive, é sinalizado nos resumos de capítulos divulgados pela Globo. Faz parte do processo, como já vivenciamos inúmeras vezes.”
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