Conheça o castelo que foi rejeitado pela família real por fama de ser mal-assombrado

Há mais de 300 anos que o palácio deixou de ser residencia da família real e passou a ser uma instalação militar

Postado em: 28-06-2023 às 17h45
Por: Cecília Epifânio
Imagem Ilustrando a Notícia: Conheça o castelo que foi rejeitado pela família real por fama de ser mal-assombrado
Conheça o castelo que foi rejeitado pela família real por ter fama de ser mal-assombrado | Foto: iStock/ godrick

O castelo de Edimburgo é a atração turística mais visitada da Escócia e é uma das construções mais antigas e emblemáticas de toda Europa.

Cosntruído no século 12, o castelo em estilo medieval tem fama de ser mal-assombrado e guarda inúmeras histórias curiosas, que vão desde rituais seculares que duram até os dias atuais a supostos tesouros perdidos.

O castelo deixou de ser residência oficial da monarquia escocesa há mais de 300 anos. Desde então, o local virou uma intalação militar que, nos últimos anos, tem recebido cerca de 1 milhão de turistas anualamente, de acordo com o governo da Escócia.

Continua após a publicidade

Construído sobre um vulcão

Uma das grandes curiosidades sobre o castelo de Edimburgo é que ele foi erguido em cima de rochas ígneas de um vulcão inativo há milhões de anos. Sua construção foi iniciada em 1130 a mando do rei escocês Davi 1º, e ficou conhecido como castelo de pedra.

Quem passeia no centro de Edimburgo percebe o fato batendo o olho no castelo apenas uma vez. Além de ficar no ponto mais alto da cidade, cerca de 120 metros acima do nível do mar, é possível ver de longe que o castelo fica entalhado entre as rochas.

A escolha do local para a construção tem a ver com segurança. Além da altitude que proporciona uma vista privilegiada de quase toda a cidade, o que seria decisivo em caso de uma invasão inglesa (a Escócia ainda não fazia parte do Reino Unido, na época), a estrutura do catelo é protegida graças às rochas do vulcão, e a artimanha nunca falhou.

Até a unificacão das coroas, os ingleses tentaram tomar o castelo em três diferentes ocasiões. Mesmo assim, a construção se manteve firme. Durante a Primeira Guerra Mundial, um dirigivel alemão atirou diversas vezes sobre o castelo, mas sua estrutura de pedra não foi gravemente prejudicada.

Foto: iStock/ Wirestock

Mal-assombrado?

Entre os muitos boatos que rondam o castelo, existe uma crença popular de que o palácio é mal-assombrado graças aos acontecimentos macabros que aconteceram por lá.

Uma das lendas conta que um tocador de gaita de foles descobriu uma rede de túneis secretos sob o chão do castelo e foi obrigado a investigar, e nunca teria retornado. Algums pessoas afirmam escutar os sons da gaita no subsolo.

Deixando as lendas um pouco de lado, o castelo realmente tem umas alas macabras. Em alguns momentos históricos, ele chegou a abrigar prisioneiros de guerra que ficavem trancados em minúsculas celas sem ver a luz do dia.

Durante a Primeira e Segunda Guerra Mundia, Edimburgo abrigou prisioneiros e soldados. É possível visitar os pequenos quartos com as camas de pedra onde eles dormiam, e os banheiros, com os sanitários no chão e chuveiros de metal pendurados no teto.

Desconfortável e escuro

Apesar de muitos reis e rainhas terem vivido no castelo durante a idade média, os monarcas escocêses nunca foram fãs da construção.

Com ares de fortaleza contra os inimigos, o castelo possuia diversos problemas estruturais e estava muito longe de ser luxuoso. A falta d’água e saneamento básico por conta da altitude e cômodos claustrofóbicos, escuros e frios faziam parte de rotina de reis e rainhas.

Apesar disso, o catelo testemunhou diversos acontecimentos históricos da monarquia.

Foto: iStock/ mariocito

A rainha Maria de Guise morreu ali em 1560. Sua filha, Mary Stuart, quase morreu dando à luz a James 6º em um quarto minúsculo no ano de 1566. Hoje em dia, os turistas que visitam o lugar se aglomeram para ver, pelo lado de fora, o quarto (com mobília original da época) onde o rei nasceu.

O último monarca a dormir no castelo de Edimburgo foi o rei Carlos 1º, em 1633. Depois disso, a monarquia abandonou o endereço de vez e mandou construir o Palácio de Holyrood, que é usado até hoje pela realeza britânica.

Desde essa época, o castelo de Edimburgo se tornou uma base militar ativa. Hoje, os soldados vivem em quartéis no terreno do castelo e o Paço Real permanece desabitado, servindo apenas como atração turística.

Amor dos turistas

Visitar o castelo de Edimburgo é uma experiência imperdível para os turistas. O ticket que dá acesso ao castelo custa £19,50 (cerca de R$ 120) e a dica é comprar pela internet, já que a fila na porta costuma ser grande.

As visitas não são limitadas por tempo e o viajante pode conferir as instalações na ordem que preferir. Entre os destaques principais, fica a capela de Santa Margarida, construída no século 12 e considerada o edifício mais antigo da cidade, e as joias da coroa, que incluem a coroa real feita para Jaime 5º e usada pela primeira vez em 1540, um cetro e uma espada e a famosa “pedra do destino”. Todos os apetrechos foram usados recentemente na coroação do rei Charles 3º.

Além disso, o pavilhão do palácio real onde viveram reis e rainhas também são abertos ao público, mas alguns cômodos com mobília original são protegidos e ninguém pode passar da porta. O castelo possui também vários locais com foco militar, incluindo museus, um memorial de guerra, exposições, e uma prisão de guerra.

Do lado de fora, a paisagem incrível da cidade de Edimburgo permite observar a cidade inteira em 360 graus. Além disso, próximo à entrada do castelo, fica localizado o One o’Clock Gun, um canhão que ainda é disparado diariamente às 13h, exceto aos domingos, desde 1861.

Veja Também