Para alcançar clientes, ‘atacado’ se espalha por diversos segmentos

Já em expansão por meio de supermercados, o atacarejo é uma nova forma de conquistar o público com preços mais atrativos

Postado em: 13-11-2021 às 13h00
Por: Carlos Nathan Sampaio
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Já em expansão por meio de supermercados, o atacarejo é uma nova forma de conquistar o público com preços mais atrativos | Foto: Reprodução

Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em abril deste ano, o preço do conjunto de alimentos básicos aumentou em 16 capitais se comparado ao mês anterior, o que diminui o poder de compra do consumidor. Os brasileiros passaram a buscar por economia para abastecer a despensa de casa. Com isso, o formato dos atacarejos está cada vez mais popular no Brasil e ganhou força no período desde o início da pandemia do novo coronavírus. 

O crescimento desse formato de negócio chegou a ser maior que dos supermercados e hipermercados convencionais. De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas de Autosserviço (ABBAS), o Brasil tem atualmente 151 operadoras de atacarejo, responsáveis por quase 1.400 lojas. O setor fatura R$ 130 bilhões ao ano. Os números expressivos explicam por que os investimentos estão avançando, com grandes redes varejistas expandindo as operações para o formato atacarejo. Segundo a instituição, a expectativa é que as mudanças de consumo trazidas pela pandemia levem cada vez mais clientes para lojas onde comprar seja mais fácil – e mais barato.

Outro fator de importância é que enquanto o volume de vendas do comércio varejista brasileiro registrou crescimento de apenas 1,2% em 2020, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor atacadista e distribuidor brasileiro registrou crescimento de 5,2% em 2020. Em termos nominais isso significa um faturamento de R$ 287,8 bilhões, ou seja, participação de cerca de 51,2% do montante geral de R$ 562,3 bilhões movimentados, tanto no varejo, quanto no mercado atacadista, segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD). 

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O resultado negativo das vendas do varejo coincide com o registro da maior taxa mensal de inflação dos últimos 20 anos. Tal fato lança dúvidas sobre a capacidade do varejo em sustentar o ritmo de reação. Por outro lado, os atacarejos são os que mais cresceram, influenciados pela dinâmica de abertura de novas lojas, preços mais competitivos e por estarem abertos desde o início da pandemia, enquanto outros tipos de comércio permaneceram fechados. O crescimento da modalidade entre 2019 e 2020 foi de 24,9%, atingindo faturamento de R$ 64,7 bilhões.

A queda de performance no setor varejista também coincide com a diminuição da renda média do brasileiro. De acordo com dados de outubro de 2021 da Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), encomendado pela Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), 47,5% das famílias residentes em Goiânia consideram que a renda diminuiu em até 10% se comparado ao mesmo mês do ano passado. 58,5% consideram que estão comprando menos do que outubro de 2020.

Dado os números, além do atacarejo de hipermercados, outro segmento que promete muito sucesso é o focado em produtos de tecnologia, algo até então inédito no País. De olho nesse segmento em expansão no exterior, a Fujioka saiu na frente e lançou a Fujioka Distribuidor, que tem investido neste formato de negócio desde 2018. A venda por atacado, por exemplo, já representa cerca de 80% dos negócios, com uma carteira de mais de 30 mil clientes com CNPJs ativos com entregas efetivadas para 70% dos municípios brasileiros. Esses números posicionam a marca entre as mil (1.000) maiores empresas do mercado, com R$ 2,1 bilhões em volumes de vendas somente em 2020.

De acordo com Dvair Borges Lacerda, diretor comercial do grupo, o novo conceito surge com foco no atendimento do consumidor CNPJ que busca produtos de tecnologia que outras lojas de varejo não têm, principalmente de informática e automação. “Não existe hoje no Brasil uma loja de atacado voltada a produtos de tecnologia e temos itens que tradicionalmente o consumidor tem dificuldade de encontrar. É como se uma pessoa que pretendesse abrir ou fazer a modernização de seu negócio, nos procurasse para ter toda a solução desejada”, ressalta.

A empresa pretende inovar ao inaugurar nova loja conceito, do tipo atacarejo, especializada em soluções em produtos de tecnologia — telefonia; informática; televisores, câmeras; projetores; cuidados pessoais; áudio; ar-condicionado —  com ênfase em informática, na Praça Tamandaré em Goiânia, a única no País do gênero. “Percebemos que formatar o nosso negócio para o atendimento especializado à demanda de consumidor com CNPJ por produtos de tecnologia é a tendência do momento que foi impulsionado drasticamente pela pandemia”, explica Francisco Rainer, diretor de Distribuição do Fujioka.

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