Com ciência, tecnologia e medicina juntas testes genômicos evitam quimioterapia em mulheres com câncer de mama

Oncologista clínico Gabriel Felipe Santiago explica sobre a chegada da tecnologia genômica

Postado em: 08-02-2022 às 09h56
Por: Redação
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Oncologista clínico Gabriel Felipe Santiago explica sobre a chegada da tecnologia genômica | Foto: Reprodução

Por Elysia Cardoso

A quimioterapia, um dos tratamentos mais conhecidos, foi considerada durante décadas ‘a regra’ para tratar o câncer de mama e outros cânceres. Mas a terapia que pode curar, costuma ser acompanhada por perda de cabelo, náuseas, tonturas, vômitos, diarreia, fadiga e dores no corpo. Também pode haver efeitos colaterais mais graves, como sangramento interno, cânceres secundários, potencial para causar danos permanentes ao coração e aos nervos das mãos e dos pés e expectativa de vida mais curta.

No entanto, todo esse sofrimento pode estar com os dias contados. “Testes genéticos agora podem revelar se a quimioterapia de fato seria benéfica ou não”, afirma o oncologista clínico Gabriel Felipe Santiago. A chegada da tecnologia genômica permitiu o desenvolvimento de novos testes baseados na biologia. Ao contrário dos fatores prognósticos anatômicos, os testes genômicos podem apresentar uma interação entre a natureza dos genes incluídos em um perfil específico e o benefício da terapia sistêmica.

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Estes podem ser avaliados por plataformas avançadas como Oncotype, MammaPrint, Breast Cancer Index (BCI), entre outros, que tentam através do estudo genômico do tumor mostrar se o paciente teria benefício ou não com quimioterapia pós-operatória (adjuvante). “A utilização das assinaturas genômicas auxilia de maneira substancial a decisão da terapia adjuvante, mas o custo destes testes ainda é elevado, o que dificulta o acesso e limita seu uso na prática diária”, explica.

Segundo Santiago, estes estudos desenvolvidos na área da oncologia clínica estão apresentando inovações no tratamento de câncer de mama inicial. “São novos testes baseados em biologia molecular e análise gênica. Por meio deles, podemos prever se um determinado tipo de câncer de mama em estágio inicial têm maior risco de recidiva após o tratamento inicial”, esclarece. De acordo com ele, o teste pode ser feito na biópsia inicial ou na biópsia da cirurgia. Com essa informação os médicos podem saber quais mulheres que apresentam tumores mamários iniciais podem se beneficiar da quimioterapia após a cirurgia.

“Os testes de assinaturas moleculares, chamados de Oncotype Dx, Mammaprint e Breast Cancer Index, são aplicados sobre o tecido tumoral retirado na cirurgia por meio de análise gênica. Desse modo, é feito o exame que permite que se saiba qual o risco de recidiva da doença e se a paciente vai se beneficiar de tratamento com quimioterapia pós-operatória”, avalia Gabriel.

Em tempos de Covid-19, os testes de assinaturas moleculares apresentam mais uma vantagem para as pessoas em tratamento contra o câncer de mama, pois pode poupar a paciente de procedimentos desnecessários. “Nesse período de pandemia, se a paciente está fazendo uma quimioterapia que é desnecessária do ponto de vista gênico, podemos estar expondo a paciente a um quadro de queda na imunidade. Se ela contrair coronavírus, as complicações serão muito piores”, explica Gabriel.

Causas

As possíveis causas do aumento da incidência do câncer de mama podem estar relacionadas a fatores sociais, como o envelhecimento da população, a maternidade cada vez mais tardia, situações como a obesidade, o sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo e alimentação inadequada. Entre as principais formas de prevenção estão a adoção de hábitos saudáveis, como dieta equilibrada, prática de exercícios, baixo consumo de bebidas alcoólicas e eliminar o cigarro da rotina.

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