Prevenção da Síndrome de Burnout deve ser feita desde contratação do trabalhador
Prevenção da Síndrome de Burnout deve ser feita desde contratação do trabalhador
Viver em mundo globalizado e competitivo te impulsiona para mais perto do seu objetivo, principalmente em um ambiente profissional. Mas a que custo tais objetivos são alcançados? Na pressão de atuarem com um esforço além de seus limites, profissionais têm cada vez mais se afastado do trabalho por exaustão física e mental. Conhecida como Síndrome de Burnout, a doença é caracterizada pela exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, proporcionando resultados contrários àqueles idealizados pelo trabalhador e a organização.
Diariamente impulsionada pela crença cultural de que um trabalhador altamente produtivo e de alto desempenho não apenas se mantém empregado, como também é uma forma de busca de satisfação e realização pessoal e profissional, a sociedade cria um cenário preocupante. Para o Renato Lisboa, neuropsicanalista e escritor, a chamada Síndrome de Burnout é consequência do esforço em demasia do trabalhador em satisfazer a sua crença, bem como em atender à organização em qual trabalha.
“Essa condição afeta sua cognição, humor, atitude, comportamento e principalmente o seu estado emocional, atingindo assim toda a sua estrutura”, revela o profissional. O que sugere um agravamento não só nas relações profissionais, mas também refletindo em todos os pilares da vida social. Sem descriminar qualquer área, Renato lembra que nenhuma profissão está livre da exaustão. Assim, é imprescindível que a área responsável pela gestão de pessoas esteja atenta e buscar o equilíbrio entre a produção e o capital humano sob seus cuidados.
O neuropsicanalista explica como funciona o processo de interiorização de pessoas que demonstram sintomas da Síndrome de Burnout. “À medida que o estresse continua, o colaborador começa a perder o interesse ou a motivação que o levou a assumir aquela sobrecarga”, revela. Nesse momento o sofrimento psicológico é imenso, pois ele quer ser produtivo, mas não consegue por completa incapacidade física e mental. Qualquer esforço parece ser em vão.
O desgaste danifica os aspectos físicos e emocionais do trabalhador. E para completar a saraivada de problemas, o Burnout é muitas vezes confundido com o estresse cotidiano, mas os dois não são a mesma coisa. O estresse vem de mudanças físicas e psicológicas e é um processo de curta duração, enquanto o Burnout é uma resposta ao estresse crônico, incluindo exaustão emocional, tornando mais difícil o tratamento e o alívio deste terrível sofrimento pelo qual o trabalhador se acometeu. Nunca se falou tanto em saúde mental como nos últimos dois anos, então que se tome consciência e saiba procurar ajuda quando algo for detectado. Terapias, acompanhamento com psiquiatras, exercícios físicos, boa alimentação, dias de lazer e um ambiente profissional adequado são primordiais para a prevenção de qualquer estresse ou exaustão. “Enfrentar um inimigo que se esconde entre inúmeros sintomas e dificuldades diagnósticas, a prevenção é sempre o melhor remédio”, finaliza o neuropsicanalista Renato Lisboa.