Mãe de Luciano Hang, dono da Havan, usou ‘kit covid’ e teve certidão de óbito alterada, diz advogada

Morato representa 12 médicos do Prevent Senior, plano investigado na CPI.

Postado em: 28-09-2021 às 17h49
Por: Alice Orth
Imagem Ilustrando a Notícia: Mãe de Luciano Hang, dono da Havan, usou ‘kit covid’ e teve certidão de óbito alterada, diz advogada
Morato representa 12 médicos do Prevent Senior, plano investigado na CPI. | Foto: Reprodução/Agência Senado

A advogada Bruna Morato, que presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta terça-feira (28/09), afirmou que a certidão de óbito de Regina Hang, mãe Luciano Hang, proprietário das lojas Havan, foi alterada para omitir covid como causa da morte. Ela teria feito ainda uso do chamado “kit covid”, distribuído pelo plano de saúde Prevent Senior.

Morato representa 12 médicos do plano, investigado por falsificação e negligência, entre outros possíveis crimes. “A causa do óbito da senhora Regina é desassociada da informação. Ela morre de falência múltipla dos órgãos, segundo o atestado de óbito, decorrente de um choque hemorrágico. Contudo, a evolução do prontuário mostra que ela foi internada por Covid, e, até o final, todas as doenças que ela teve decorrentes da internação estão relacionadas à Covid-19, o que infringe a determinação do Ministério da Saúde em informar a ocorrência desse fato em documentos públicos”, afirmou.

Na época da morte de sua mãe, de 82 anos, Luciano Hang gravou um vídeo em que defendia o chamado “tratamento preventivo”, e afirmando que ela havia sido levada ao hospital quando já estava com quase 95% dos pulmões comprometidos. “Ela estava assintomática e quando nós pegamos foi muito tarde. Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo eu não teria salvado a minha mãe?”, questionou na gravação.

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“Ela havia feito antes de chegar ao hospital”, disse a advogada sobre o “tratamento precoce”. “Aqui, a prescrição é que ela recebeu previamente os medicamentos hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e colchicina. Contudo, no prontuário dela não consta a autorização para o tratamento. Então, eu não tenho como afirmar se a família tinha ou não conhecimento disso. Apesar de, por inúmeras passagens, a equipe relatar conversar com os familiares e passar essas informações, eu não tenho esse termo assinado”, disse.

“O que eles relatam é que, nos primeiros dias de sintoma, ela teria feito uso do que se chama tratamento precoce, esse conjunto de quatro medicamentos, explicação expressa assinada por vários médicos da instituição. Então, ela foi avaliada por aproximadamente 50 profissionais, precisamente 40 e poucos profissionais, que atestaram e assinaram cada uma das evoluções, dizendo que ela fez uso desses medicamentos”, contou ela.

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