Réu acusada de lavar dinheiro em tráfico de drogas assume mandato da Câmara dos Deputados

A deputada Federal Ely Santos (Republicanos), réu acusada de lavar dinheiro no tráfico de drogas em São Paulo, assumiu o mandato na

Postado em: 23-11-2021 às 16h54
Por: Maria Paula Borges
Imagem Ilustrando a Notícia: Réu acusada de lavar dinheiro em tráfico de drogas assume mandato da Câmara dos Deputados
Deputada é irmã de Ney Santos que também é réu no mesmo processo | Foto: Douglas Gomes

A deputada Federal Ely Santos (Republicanos), réu acusada de lavar dinheiro no tráfico de drogas em São Paulo, assumiu o mandato na Câmara dos Deputados. Ely estava na suplência do partido, mas tomou posse no último dia 9 de novembro devido a pedido de licença do titular, o pastor da Universal Roberto Alves.

A deputada é irmã de Ney Santos (Republicanos), prefeito da Embu das Artes, que também é réu no mesmo processo, além de ser suspeito de liderar uma organização criminosa composta por parentes e pessoas próximas. Ney está inelegível por receber em campanha dinheiro de origem ilegal.

Ely chegou a ser presa preventivamente por dois meses entre 2016 e 2017 no período em que o Ministério Público de São Paulo apresentou a denúncia de organização criminosa tendo como principal alvo o irmão. Na época, Ney ficou foragido diante de ordem de prisão e não compareceu à cerimônia de posse da prefeitura, entretanto, posteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o habeas corpus.

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Em junho, a Polícia Civil baiana fez buscas em fazenda de um irmão de Ney e apreendeu uma arma e R$ 670 mil em dinheiro. O inquérito ainda não foi concluído, e o prefeito é o principal investigado, mas deputada não é alvo de investigação no caso. No momento da ação, Ney estava no local e chegou a ir a uma delegacia prestar esclarecimentos.

Na posse de Ely, em novembro de 2021, o irmão esteve na Câmara com a família e gravou vídeos, divulgando compromissos em Brasília no qual tratou da liberação de recursos para Embu das Artes. Além disso, disse em rede social que ela será candidata novamente em 2022.

No último domingo (21/11), ele promoveu um comício com centenas de pessoas para comemorar a posse da “primeira deputada federal da história da Embu das Artes”. O presidente dos Republicanos, Marcos Pereira, enviou mensagem em vídeo.

Em primeira sessão como titular, Ely votou com o governo Bolsonaro na PEC dos Precatórios, aposta governista para 2022.

A deputada possui dois números ativos de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e, segundo denúncia do Ministério Público, o cadastro duplicado foi usado para confundir autoridades em relação à abertura de empresas. A denúncia afirma que ela participava de negócios usados por Ney para lavar dinheiro do tráfico e o liga à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além disso, afirma que ela adquiriu um posto de combustível quando o irmão esteve preso em 2005, recebendo procuração para gerir diversos postos dele. Os promotores reafirmaram ainda, em manifestação, que Ney foi chamado de “intocável”.

Atualmente, o Ministério Público de São Paulo apura a infiltração na política da facção e o caso de Embu das Artes é foco dos promotores.

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